Publicado em 29 de junho de 2023.

O efeito que pode trazer o conhecimento por determinada área pode
mudar a realidade e a vida das pessoas. Quanto mais se estuda a respeito de
violência contra as mulheres, mais se educada uma sociedade machista criada
a partir da misoginia. Isso quer dizer que informação leva o ser humano a ter
empatia e viver em maior harmônia, com uma sociedade mais segura e estável.
Os diversos exemplos de mortes que vemos todos os dias nos jornais traz
um grande sentimento de insegurança, principalmente para mulheres, que são
mais vulneráveis fisicamente. Diante de fatos reais, se torna uma obrigação do
direito acompanhar a sociedade, trazendo informações e conhecimento sobre o
tema discutido.
Apesar de diversos estudos publicados à respeito da violência de gênero,
este tema segue sendo um problema global. A realidade das mulheres no século
21 ainda não é o que lutas feministas almejaram anos antes.
Dessa maneira, acompanhando a sociedade, este livro busca elucidar
os verdadeiros conceitos de violência, suas causas, origens, fazendo uma
análise antropológica antes de compreender porque mulheres ainda vivem
perigosamente em uma sociedade que busca a igualdade, e encontra o extremo
oposto da isonomia.
Pensamos que esse tipo de violência é exclusividade de países de terceiro
mundo, como Brasil e outros da América Latina. Porém, através de uma análise
de dados e da leis espanholas, se comprova a epidemia que é a violência de
gênero, atingindo inclusive países da Europa considerados “seguros” para viver.
No atual tempo em que vivemos, o tema da saúde mental vem ganhando
força e relevância. O que antes era considerado normal ou “ aguentável”
em relações amorosas, hoje em dia esta criminalizado tanto na legislação
espanhola quanto na brasileira. A questão da violência psicológica é um grande
problema para países em que o índice de violência de gênero é alta, sendo
normalmente o tipo principal praticável dentro desta categoria, sem contar os
problemas emocionais que traz para a vítima, ou seja, os danos e traumas que
a mulher passa a ter devido à relação com o homem agressor. Portanto, deve
ser combatido através da ressocialização destes indivíduos, e também do uso
de políticas públicas, sempre acompanhado de profissionais da área praticada,
com a finalidade de alcançar o menor número possível de reincidência para que
assim, mulheres possam viver com mais segurança e tranquilidade.
Assim, com o objetivo de mostrar o atual contexto social, é trazido fatos,
história de mulheres que morreram para o desenvolvimento de leis a proteção
feminina no Brasil (como Daniella Perez e Ângela Diniz), dados alarmantes,
inclusive sobre a Pandemia, evento o qual fez diversas vítimas por violência
doméstica principalmente na Espanha. Também, há diversas comparações entre
o sistema jurídico espanhol e brasileiro, inclusive mostrando a efetividade de
cada lei quando se trata da reabilitação.
Em conjunto, se faz uma reflexão de como vivíamos antes para como
vivemos agora. Até que ponto é seguro viver sendo mulher? Com os dados
adquiridos para cada tipo de violência, torna essencial a busca de mudança, de
pensamento.