Publicado em 12 de junho de 2023.

“Transformar a sociedade à luz do evangelho tendo a ciência deste mundo como instrumento e meio” (Beato Luigi Biraghi).
A Santa Marcelina é uma Obra permanente na qual educar pela convivência, exemplo e trabalho árduo se torna inexorável à totalidade de sua prática. Sua forma “[...] transformadora e aberta ao diálogo crítico, às conquistas e ao avanço dos tempos [...]” tem uma relação intrínseca com a ciência para o Bem, orientada por valores éticos, humanitários e cristãos no âmbito da educação, cultura e saúde.
O Instituto das Irmãs de Santa Marcelina surgiu da vontade de Deus no coração do fundador Beato Monsenhor Luigi Biraghi, pela intercessão da Virgem das Dores e teve como sua cofundadora Madre Marina Videmari, sendo inaugurado no ano de 1838, em Cernusco-Itália.
Luigi Biraghi viu a mulher como centro de seu programa educativo e social, acreditando em sua dignidade e missão específica. O modelo para o projeto educativo de sua Obra foi inspirado em Santa Marcelina, que viveu no século IV. Ela assumiu, aos 17 anos, a educação de seus irmãos Sátiro e Ambrósio, após ficarem órfãos.O método abençoado, querido pelo fundador, como viga mestra de sua pedagogia, consiste em educar “estando juntos”, sendo sempre uma presença viva e próxima aos educandos, de maneira a formá-los com a força do amor, mais com o exemplo do que com preceitos.
As Obras Marcelinas atuam de forma a perpetuar a herança que foi deixada pelo seu fundador e contam também com a colaboração de todos os leigos que nelas atuam.
As Marcelinas, educadoras e formadoras natas, continuam seguindo a mesma diretriz em todos os âmbitos de seus trabalhos: nas escolas, faculdades, nos hospitais, nas casas de assistência aos anciãos, nas obras paroquiais, missionárias e assistenciais presentes em oito países do mundo, incluindo o Brasil, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
Na capital paulista, as Marcelinas fundaram o Colégio-Perdizes (1927) e as Faculdades Santa Marcelina - Unidade Perdizes (1929) e Itaquera (1999). Em 1961, ampliaram a missão para o campo da saúde ao instalarem seu primeiro hospital na região leste, devido à ausência de alternativas de assistência à saúde. Os desafios e necessidades sempre estiveram presentes, motivando a fazer mais e
com excelência. Esse propósito tornou o Santa Marcelina referência e multiplicou os equipamentos de saúde, na tentativa de organizar uma rede assistencial na zona leste e oferecer a todos o acesso a serviços de saúde com mais qualidade.
No município de São Paulo, atualmente são 4 hospitais e mais de 100 unidades de Atenção Primária com várias modalidades, atendendo nos diversos níveis assistenciais do SUS, o que representa um atendimento integral e preventivo nas principais linhas de cuidados assistenciais e prioritários.
Com a necessidade, a missão foi ampliada para outras regiões. Em Porto Velho, Rondônia, o hospital oferta uma linha de reabilitação para pessoas mutiladas, tanto de membros inferiores quanto superiores, com a confecção de órteses e próteses; em Sapezal, Mato Grosso, oferta atenção integral à pessoa, considerando aspectos humanos, espirituais e psicológicos. Por fim, no grande ABC, gerencia uma unidade de assistência privada com o objetivo de manter o atendimento público à saúde das outras regiões, buscando a sustentabilidade dos serviços. O hospital instalado em São Bernardo do Campo atende planos de saúde e reinveste o recurso obtido no hospital filantrópico de Itaquera, com o anseio de oferecer o melhor para a população que não pode pagar pelo serviço.