Publicado em 22 de dezembro de 2021.

Este trabalho trata de um estudo de caso voltado à compreensão do debate e aplicação das normas e legislação sobre segurança no trabalho, tomando como referência a Associação dos Produtores Orgânicos de Boa Vista do Acará – APBOV, como forma de prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho a fim de garantir qualidade de vida e saúde aos agricultores associados, especificamente os peconheiros . Com base nas discussões teóricas procurou-se saber se estes trabalhadores têm utilizado as normas regulamentadores (NR – 6, 9, e 31) para segurança no trabalho, além de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Metodologicamente realizou-se um Diagnóstico Rural Participativo (DRP), para conhecer os pontos fortes e os pontos fracos; entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas e fechadas, além de consulta documental e patrimonial na APOBV; observação e registro fotográfico, procurando constituir um quadro geral sobre a realidade vivenciada por esses trabalhadores, suas expectativas. Diante da das informações coletadas elaborou-se um programa de formação dialógica, que ensejou ministrar palestras relacionadas às temáticas de Qualidade de Vida, Segurança no Trabalho e Prevenção de Riscos Ambientais. No processo de formação obteve-se a manifestação dos sujeitos quanto ao melhor método de colheita do açaí , focando na segurança e economicidade. As atividades realizadas possibilitaram a construção de um manual de boas práticas de segurança no trabalho rural, com foco nos coletores de açaí, que resultou do Estágio Supervisionado, um requisito obrigatório a obtenção do grau de mestre profissional em Desenvolvimento Rural e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares.

1. Peconheiros: Trabalhadores responsáveis pela extração do açaí. São chamados pelo nome “peconheiro” devido a

utilização da “peconha”, utensílio rudimentar que auxilia na subida na árvore. confeccionado com o uso de folhas do

açaizeiro ou com fios plásticos e sintéticos. (FERREIRA, 2018, p. 56)

2. Açaí; Fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), sua origem é nativa da América Central e do Sul, é conhecido como

“a palmeira mais produtiva da região amazônica”. Sua relevância ocorre por ser fruto exótico, comsumido como um

alimento básico nessa região do Brasil. (CEDRIM, 2018. p. 2).