Publicado em 25 de maio de 2022.

As comunidades remanescentes de quilombos são espaços ricos em cultura, baseada na ancestralidade negra. São símbolos de resistência e de luta por melhores condições de vida, de educação, saúde e proteção. A realidade dessas comunidades é, muitas vezes, desconhecida do grande público, isso por serem distantes dos centros urbanos, e por haver poucos trabalhos que busquem caracterizar essas comunidades e pela escassez de trabalhos que divulguem, de forma acessível esse conhecimento para a sociedade.

Conhecer as comunidades remanescentes de quilombos vai além de adquirir um conhecimento novo, trata-se de um posicionamento protecionista e conservacionista de traços culturais que precisam ser valorizados, compreendidos e preservados. Esse conhecimento necessita estar acessível a todos os públicos, inclusive aos próprios quilombolas, a fim de garantir que essas comunidades permaneçam em seus locais de origem, tenham acesso a todas as políticas de qualidade de vida e consigam prosperar sem deixar seus costumes e seus valores para trás.

As instituições de ensino e de pesquisa possuem papel primordial nesse propósito de levantar dados e de registrar informações, de preferência a partir da imersão no contexto das comunidades. É preciso vivenciar sua realidade. Foi com essa proposta que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus São Luís Maracanã, por meio do Núcleo de Maricultura (NUMAR), iniciou um projeto em cooperação com a Prefeitura Municipal de Bequimão/MA, em 2017, visando a desenvolver atividades de pesquisas e extensão voltadas às 11 comunidades remanescentes de quilombos já reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares (Ariquipá, Conceição, Juraraitá, Marajá, Mafra, Pericumã, Ramal do Quindíua, Rio Grande, Santa Rita, Sibéria e Suassuí).

Neste livro, apresentamos os resultados da caracterizaçãosocioeconômica e ambiental das comunidades remanescentes de quilombos do município de Bequimão e da difusão tecnológica da ostreicultura e da piscicultura, por meio de cursos ofertados para membros dessas comunidades. Essas pesquisas receberam financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do edital Nº 040/2017 – Inclusão Produtiva Quilombola, ademais, contaram com o suporte logístico e financeiro da Prefeitura do município.

Boa Leitura!

Os autores.