Publicado em 02 de setembro de 2024.

Nos últimos 15 anos, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) passou por profundas transformações com a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, quando as antigas escolas técnicas e agrotécnicas se uniram para que uma rede de 41 instituições e mais de 660 campi pudessem oferecer cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, indissociável às atividades de pesquisa e de extensão, de forma gratuita e de qualidade. Nos últimos 13 anos a RFEPCT aumentou em 6,8 vezes o número de cursos de pós-graduação stricto sensu, passando de 32 mestrados para 190 mestrados e 28 doutorados. São números importantes diante de uma história de sucesso, mas de um lapso de tempo pequeno em que os Institutos Federais já estão ofertando 16,4% dos mestrados profissionais e 10,5% dos doutorados profissionais do Sistema Nacional da Pós-graduação.
Até o ano de 2022, dos 11 cursos de pós-graduação stricto sensu que foram iniciados no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), 10 estavam localizados na região metropolitana, com exceção do Mestrado em Agroecologia, que é ofertado no Campus de Alegre, no sul do estado. Considerando que um dos papéis da RFEPCT é de interiorizar o ensino público e de qualidade em todos os seus níveis, torna-se um desafio da Rede buscar a democratização da educação, sobretudo a pós-graduação, muito concentrada nos grandes centros urbanos e que reduz as oportunidades de qualificar novos empreendedores e cientistas inovadores que possam trabalhar na busca de soluções para a sociedade. Como pode uma Rede que contabiliza mais de 1.200 patentes depositadas no INPI, mais de 70 desenhos técnicos e mais de 1.660 programas de computador, não buscar a democratização das ações de inovação por todo o interior do país se há demandas significativas por soluções de problemas tecnológicos nos confins do nosso Brasil?
Como não buscar a abertura de um mestrado que aborde a propriedade intelectual e a transferência de tecnologia para o interior do norte Capixaba, onde vários municípios abrigam empresas de transformação química e da matéria, empresas de tecnologias da informação, da agroindústria, agropecuária, de serviços, entre outras, diante de um movimento capixaba de inovação que busca estimular um novo ciclo econômico e de prosperidade para a sociedade capixaba, além do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) ser a Instituição da RFEPCT com maior número de núcleos incubadores, de patentes depositadas e de pesquisadores?
Foi nesse contexto que o Ifes se associou ao Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT) para fins de levar a oportunidade da pós-graduação ao interior do estado, no importante município de Colatina, para somar aos inúmeros movimentos de inovação e empreendedorismo da região norte capixaba. Os resultados começam a surgir e este livro mostra que basta uma oportunidade para que os sonhos dos nossos alunos possam ser concretizados, e os desafios da inovação sejam superados.

Prof. Dr. André Romero da Silva
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)