Publicado em 22 de dezembro de 2022.

A você, que tem em mãos este material, posso assegurar, depois de realizar uma leitura sistemática e avaliativa do presente e-book, que ele é fruto de uma pesquisa atual, sendo de extrema valia para professores, pois a pesquisa empírica apresenta uma original reflexão sobre a estrutura de um curso que visou à formação continuada de docentes do Ensino Superior sobre aspectos que visam ao acesso e permanência da pessoa com DV nas universidades.  
Pode-se dizer que o trabalho que se voltou a explorar a deficiência visual e converte-se em um instrumento de grande valia para fomentar ainda mais o debate sobre a formação de professores, mas de forma ampla, uma vez que explora processos de ensino e aprendizagem que derivam da troca e da produção de saberes quando o tema é a inserção e o acolhimento de pessoas com deficiência nos centros educacionais de ensino.
Vale dizer que o tema tratado, muito embora esteja nas rodas de discussões em universidades e formações pedagógicas, ainda carece de debates contínuos, diante das peculiaridades que se encontram nas instituições escolares e universidades, visto que a demanda cresceu nos últimos anos e necessita-se cada vez mais de profissionais que estejam habilitados para formar alunos que apresentam alguma deficiência.
Fica evidente que ao discutir sobre a cegueira e a baixa visão, a autora amparou suas análises em estudiosos da área, baseou-se em estatísticas consolidadas no campo acadêmico, bem como em documentos oficiais que legitimam e validam sua original reflexão no campo escolhido.
Indubitavelmente, este e-book, ainda que não encerre análises ou respostas para dúvidas, reforça as discussões contemporâneas para o entendimento da educação inclusiva no campo da DV, uma vez que agregou aspectos relacionados à deficiência e às políticas públicas, principalmente quando delineou um precioso histórico da Lei Brasileira de Inclusão para a Pessoa com Deficiência, bem como da trajetória dos centros de atendimentos brasileiros para cegos. 
Com a pesquisa realizada é possível apreender, sobremaneira, que o sistema de uma educação inclusiva não deve abranger apenas uma matrícula para a pessoa com deficiência visual, mas sim, tecnologias assistivas que contribuam para uma boa formação profissional dos estudantes que passam pelos bancos da universidade. 
Sem titubear, asseguro que o material vai além da pesquisa de campo e reflexões teóricas, pois ao levantar questões sobre a deficiência visual, mostrou seu intuito em agregar uma conscientização social no campo da convivência e dos aspectos comportamentais quando professores e comunidade acadêmica recebem um estudante com deficiência visual em universidades. 
É notório que a pesquisa da fisioterapeuta e professora universitária Vanessa do Carmo discute, além da deficiência visual, a diversidade de experiências e contextos de práticas inclusivas, o que se configura como um dos debates mais urgentes para este século XXI, o qual está quebrando barreiras e preconceitos na direção de uma sociedade que abre espaços para a pessoa com deficiência, valorizando a qualidade e a equidade. 
Muito embora ainda persistam os obstáculos, é possível afirmar que a sociedade brasileira avançou, mesmo que de forma lenta, na ampliação da inclusão escolar, do atendimento prioritário, do esporte paralímpico, do turismo, entre outras áreas que englobam a pessoa com DV.
Na tarefa de organizar este material, a autora materializa pensamentos passíveis de mobilizar não só a área pedagógica e de formação educacional, mas a de discentes que vivenciam ou vivenciarão a experiência de conviver com pessoas com DV em algum momento de sua trajetória estudantil. 
Para finalizar, avalio que este livro oferece uma contribuição primorosa para o debate das questões que envolvem a educação inclusiva e as práticas pedagógicas que se realizam nos mais diversos centros educacionais do Brasil. 
Michelle Azambuja 
Jornalista e professora universitária