Publicado em 16 de fevereiro de 2023.

Este volume se constitui da compilação de estudos efetuados no decorrer do Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Básica da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), na Área de Educação, durante a trajetória da orientação docente para mestrandos.
No entanto, em pese o caráter magisterial, os estudos se pautam pela principiologia universal da pesquisa.
De outro lado, no século XX, a ciência e seus métodos objetivos desenvolveram pesquisas em todas as frentes do mundo físico e humano, atingindo um grau de precisão surpreendente, não somente na área de exploração espacial ou da medicina, como nos mais variados setores da sociedade. (IMANÃ-ENCINAS; SANTANA, 2019).
De modo mais abrangente, o que define o status científico de uma teoria é a sua capacidade de ser submetida a testes e refutações, caracterizando a legitimidade do processo na busca de uma teoria mais universal. (MOREIRA, 2010).
Ante as transformações que o mundo vem sofrendo, em especial, nos aspectos ambiental e social, crescem os desafios relacionados ao campo da pesquisa científica, impondo aos pesquisadores a observância de novos paradigmas nas diferentes áreas do conhecimento.
A pesquisa científica, na visão de Ruiz (1991), consiste na realização efetiva de uma investigação delineada, ou seja, é aquela desenvolvida e composta de acordo com as normas metodológicas consagradas pela ciência.
Já para Andrade (2003, p. 121), a pesquisa científica é considerada como sendo “o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseada no raciocínio lógico que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização do método científico”.
No mesmo sentido, Chizzotti (1991, p.11), descreve que as descobertas científicas resultam das investigações e de seus experimentos, porquanto destarte dispõe:

(...) cabe à pesquisa investigar o mundo em que o homem vive e o próprio homem. E para essa atividade, o pesquisador recorre à observação e à reflexão que faz sobre problemas que enfrenta, e à experiência passada e atual dos homens na solução destes problemas, a fim de munir-se dos instrumentos mais adequados à sua ação e intervir no seu mundo para construi-lo adequado à sua vida.

Ocorreu, destarte, que o fenômeno modernizador da estrutura social, por meio de movimentos sequenciais, visa a promover a industrialização, a urbanização, à alfabetização, com a exposição aos meios de massa e a participação coletiva nas decisões nacionais e comunitárias.
Na visão de Silva (2007), o ato de colocar em prática a pesquisa, requer-se a criação de um roteiro, de forma planejada e minuciosa, seguindo todas as etapas a serem observadas, como: seleção do tema de pesquisa, definição do problema a ser investigado, processo de coleta, análise e tratamento dos dados, e apresentação dos resultados. Em pesquisas, os estudiosos utilizam o paradigma como fundamento sobre o qual a comunidade científica desenvolve suas análises, as quais servem de base para os desenvolvimentos subsequentes da ciência. 
Um paradigma se compõe de regras que orientam a investigação científica, uma vez que se estabelece um determinado paradigma à pesquisa avança na solução dos problemas. (KUHN, 2001).
Assim, Pádua (1996), define  a palavra paradigma como um exemplar, um modelo padrão, sobre o qual é efetuado a construção idealizada que serve para análise ou avaliação de uma realidade concreta. Por conseguinte, um paradigma é uma forma predominante e específica de explicação da realidade, em um determinado momento, orientando a prática dos pesquisadores, suas relações com o trabalho, à cultura e a organização social.
Á medida em que tem início o aparecimento de anomalias em um protótipo, que comprometem a objetividade e exatidão da pesquisa científica e cuja solução torna-se inviável em termos teóricos, produz-se uma “quebra” de paradigma e sua consequente substituição por outro. (LIRA, 2010).
Na concepção de Kuhn (2001), o desenvolvimento constante da ciência deve-se as anomalias que conduzem ao falseamento de teorias científicas e às mudanças de paradigmas. O tempo de acúmulo dos fatores presentes que atingem as partes vitais do paradigma desencadeiam os estados de crises, consequentemente, levam as mudanças.
É neste sentido, que a pesquisa científica é vista como sendo toda prática delineada para a formação do conhecimento, sendo esta desenvolvida para exceder certas dificuldades que nascem no processo de conhecimento dos fenômenos, como, também, para explicar os fatos não conhecidos e para mostrar as limitações das velhas maneiras de explicação dos fatos já conhecidos. (SERRANO, 2003). 
A pesquisa pode ser apresentada como sendo uma busca de respostas para certos questionamentos ou problemas, sem consecução de soluções imediatas na literatura, particularizada a respeito do assunto. É neste seguimento que Serrano (2003, p. 84) dispõe: “Toda pesquisa científica é um processo que consiste na investigação de alguma coisa: átomos ou nuvens, células ou ecossistemas, sociedades ou ideias. O processo de pesquisa é o que constitui os campos de pesquisa ou ciência”. 
Destarte, revela-se que a pesquisa cientifica objetiva basicamente colaborar para a evolução do conhecimento humano em todos os campos, delineada e executada segundo os rigorosos critérios de processamento das informações levantadas sobre o tema de estudo. 

Por conseguinte, a pesquisa científica constitui sempre um segmento essencial à condição humana, por desejar resolver os problemas próprios da vida, pela necessidade sempre incansável de conhecer e transformar a natureza, para, assim, prover as suas necessidades materiais e espirituais. (SERRANO, 2003). 

Por fim, cumpre reiterar a natureza de aprendizado dos textos constituintes.
       
                                                                                     
                                                                       Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Pesquisa científica: noções introdutórias. In: ANDRADE, M. M. (org.). Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. cap. 10, p. 121-127. Acesso em: 8 mar. 2022.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

IMAÑA ENCINAS, J.; SANTANA, O. A. O trabalho científico na metodologia científica. 1. ed. Brasília: Universidade de Brasília, 2019. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/34368/1/LIVRO_TrabalhoCientificoMetodologia.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.

LIRA, G. V. Epistemologia, metodologia e prática de um modelo cartográfico de avaliação curricular em educação médica. 2010. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.

MOREIRA, C. S. A integração regional como resposta ao processo de globalização. Gestão Contemporânea, ano 7, n. 7, p. 215-243, 2010. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17553/material/1.%20ARTIGO%20%20A%20integra%C3%A7%C3%A3o%20regional%20como%20resposta%20ao%20processo%20de%20globaliza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.

PÁDUA, E M. M.  Metodologia de pesquisa: abordagem teórico-prática. Campinas: São Paulo, 1996.

RUIZ, J. A. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Ed. Atlas, 1991. 

SERRANO, P. J. Metodologia do ensino e da pesquisa jurídica: manual destinado à requalificação da atividade docente e da pesquisa científica nas universidades. Barueri: Manole, 2003.   

SILVA, S. G. A contribuição da pesquisa no desenvolvimento da aprendizagem da criança nas séries iniciais. Natal: Instituto Natalense de Educação Superior (INAES), 2007.