Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira: Espacialidades e Narrativas de um Símbolo Urbano
Símbolos urbanos são elementos que compõem a paisagem das cidades globais na condição de atributos que as tornam únicas, por um discurso materializado de cidade do futuro, ao mesmo tempo em que pasteuriza a experiência urbana. Desta forma, objetivo dessa dissertação é problematizar o “nascimento” e usos da Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, novo cartão postal da cidade de São Paulo, localizada na região do Morumbi, um projeto de R$260 milhões que favorece aqueles que possuem automóvel, em detrimento da mobilidade dos moradores da favela Real Parque. A partir da “descentralização” espacial do centro econômico da cidade em direção ao eixo sudoeste de São Paulo, observamos o surgimento o “Centro Berrini-Faria Lima”, território onde foi construída a Ponte Estaiada, uma região conhecida pela expressiva presença de bancos, empresas de comunicação e multinacionais. A ponte ao invés de unir os territórios separados geograficamente pelo Rio Pinheiros legitima a divisão, de um lado o mercado financeiro e do outro a favela Real Parque, um solo socialmente fragmentado, numa ponta os prédios espelhados, na outra os barracos de madeira cortinado por um urbanismo de fachada. Para tanto o texto é dividido em quatro capítulos, construindo uma narrativa que problematiza o nome, a construção, o uso e o território que a ponte foi construída, seguido de uma reflexão sobre o urbanismo de fachada, as estratégias do city marketing e a lógica da arquitetura-ícone. Por fim, no último capítulo me abro para uma escuta atenta dos moradores da favela do Real Parque, com a intencionalidade de refletir uma nova possibilidade de urbanismo, baseado na experiência cotidiana dos moradores.
Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira: Espacialidades e Narrativas de um Símbolo Urbano
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DOI: 10.22533/at.ed.323201208
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ISBN: 978-65-5706-332-3
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Palavras-chave: 1. Simbologia urbana. 2. Urbanismo. I. Título.
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Ano: 2020