Introdução: A Leishmaniose Visceral  é uma doença,   segundo a Organização Mundial de Saúde, classificada  como doença sistêmica,  negligenciada, de notificação compulsória, ocupando o segundo lugar em mortalidade e o quarto em morbidade entre as infecções tropicais (BRASIL, 2017). Conforme informações de Gonçalves e segundo dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN-Net, foram registrados no ano de 2017 no Brasil cerca de 4.456 casos confirmados de LV, distribuídos nas cinco regiões, sendo que o Nordeste ficou com 2.212, o Sudeste com 1.101, o Norte com 858, o Centro-Oeste com 264, o Sul com 17 casos. Os Estados do Piauí e Maranhão por apresentarem baixa renda per capta e elevada incidência de casos de LV.   

Objetivo: Descrever o perfil da Leishmaniose Visceral nos Estados do Piauí e Maranhão no ano de 2017, segundo os dados do  SINAN-Net, do Ministério da Saúde.

Métodos: Estudo descritivo e documental por meio dos dados secundários de domínio público do banco de dados  do SINAN – Net, do Ministério da Saúde. Tabelas e gráficos foram confeccionadas com a utilização do Microsoft Excel ®.

Resultados: Foram confirmados em 2017, 245 casos de LV no Estado do Piauí e 793 casos para o Estado do Maranhão. Sendo que predominaram em ambos os Estados a incidência de mais de 50% de casos em  crianças, com sexo masculino, com raça parda, residente na área urbana. 41,2% evoluíram para cura no Estado do Piauí, mesmo em ambos os Estados encontramos pacientes com recidiva e coinfecção com HIV.

Conclusões: O perfil apresentado foi semelhante ao descrito na literatura Constatou-se um elevado percentual de cura devido ao diagnóstico ter sido realizado em tempo hábil e tratamento oportuno. Quando houve detecção tardia os pacientes demoraram a ser tratados  e por isso tenderam a óbito também devido aos sinais e sintomas da LV serem semelhantes a outras doenças graves como HIV. Com esses dados, espera-se promover o diálogo entre os diversos setores da saúde pública e privada nos dois Estados para implantarem estratégias e políticas públicas preventivas e controladoras  da doença.