Publicado em 05 de setembro de 2023.

O trabalho de cuidado tem sido, historicamente, atribuídos às mulheres,
especialmente, às mulheres negras. Nesse processo, elas aprendem a “estarem
sempre atentas às necessidades de outrem”. Em muitos momentos, a abdicar de
suas próprias necessidades, seus desejos e projetos para estarem disponíveis
para cuidar. A tomada de consciência de que o trabalho de cuidado é constituinte
e reproduz as desigualdade de classe, raça, gênero na sociedade capitalista,
parece um processo individual, mas é coletivo.
As mulheres na organização coletiva, principalmente, nos movimentos
sociais, tem problematizado e buscado respostas da sociedade, do Estado e dos
homens para o compartilhamento dos cuidados. Cuidar e ser cuidado é parte da
sociabilidade humana, está presente em diferentes momentos de nossas vidas,
mas são necessárias condições objetivas e subjetivas para que o cuidado se
concretize enquanto um direito.
O livro “O trabalho de cuidado na pauta das marchas de mulheres no
Brasil” apresenta como o debate do cuidado é realizado em três marchas de
mulheres: a Marcha Mundial das Mulheres, a Marcha das Margaridas e a Marcha
de Mulheres Negras, quais as concepções e os desafios presentes. Assim, pode
subsidiar a construção de um Política Nacional de Cuidados, que considere as
necessidades também de quem cuida.
Cuidar, não cuidar e autocuidado é um direito que está sendo construído
nas lutas sociais e políticas das mulheres! Este livro realiza uma síntese do
momento em que estamos desse processo.
A autora
Inverno de 2023.