Publicado em 09 de março de 2022.

O câncer é um conjunto de diferentes doenças que têm pontos em comum, mas evoluções e respostas aos tratamentos muito distintas. Existem diferentes abordagens no tratamento de uma neoplasia maligna: excisão cirúrgica, irradiação, quimioterapia e terapia biológica. A quimioterapia consiste na modalidade mais utilizada, no entanto os quimioterápicos não são drogas seletivas e apresentam toxidade a tecidos sadios. A busca por medicamentos mais eficazes e seguros é imprescindível e, entre os candidatos a medicamentos antineoplásicos, estão àqueles obtidos a partir de plantas, utilizados tanto para o tratamento como para a prevenção do câncer. Plantas com poder terapêutico são corriqueiramente usadas de forma empírica e tradicionalmente esse conhecimento popular é repassado a cada geração. Entretanto, apesar de seu poder terapêutico, o uso indiscriminado de algumas plantas, podem ocasionar danos à saúde e representar um risco potencial para os pacientes em tratamento quimioterápico, em função de possíveis interações medicamentosas. Apesar do reconhecimento de alguns profissionais, que introduzem essa terapia alternativa como práticas complementares e integradas em sistemas públicos de saúde, a sua eficácia é questionada tanto pela necessidade de estudos rigorosos que visem à comprovação do efeito terapêutico, quanto à dosagem adequada. Assim, tendo em vista a variedade de plantas com propriedades terapêuticas ainda desconhecidas e ainda considerando-se que o conhecimento popular pode contribuir de forma significativa para identificação de novas espécies com possíveis atividades anticancerígenas, este livro tem como propósito publicitar os resultados obtidos a partir de um projeto de pesquisa que realizou um levantamento sobre o uso de plantas medicinais usadas por pacientes em tratamento oncológico no Hospital Araújo Jorge em Goiânia/GO. Espera-se contribuir com o conhecimento de plantas em potencial para futuros estudos, prevalecendo o uso racional e sustentável. Além disso, pretende-se estabelecer um elo entre o conhecimento popular e o conhecimento científico, possibilitando, uma maior aproximação das pessoas da comunidade aos serviços de saúde e aos profissionais que nela atuam.