Neurociências desvendando as bases neurais da empatia: conexão do leitor nas obras literárias
Publicado em 13 de setembro de 2023.
As neurociências tem ressaltado o papel da empatia na construção e na manifestação de comportamentos colaborativos na espécie humana. A empatia é definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro, do ponto de vista emocional e cognitivo.
Apesar das emoções serem antigas no processo evolutivo, estas constituem uma parte essencial nos mecanismos de regulação imprescindível ao ser humano, pois são parte complementar do mecanismo através do qual o corpo humano regula a sua sobrevivência. As emoções possuem um papel ativo nos seres, juntamente com outros mecanismos, na regulação interna e constante do corpo. Neste âmbito é relevante, identificar as contribuições das neurociências através do olhar sobre como o cérebro processa as reações emocionais frente ao estímulo.
A ocitocina, conhecida como hormônio do amor, é responsável por sensações reconfortantes durante interações sociais e físicas ao reduzir os níveis de ansiedade e estresse, além de estar relacionada ao desenvolvimento de empatia.
Os neurônios-espelho podem explicar muitas habilidades mentais que permaneciam misteriosas e inacessíveis aos experimentos e os neurocientistas acreditam que o aparecimento e o aprimoramento dessas células propiciou o desenvolvimento de funções importantes como linguagem, imitação, aprendizado e cultura.
Os neurônios-espelho estão diretamente relacionados com a empatia sendo encontrados nas áreas do córtex pré-motor e parietal inferior, associadas a movimento e percepção, bem como no lobo parietal posterior, no sulco temporal superior e na ínsula, regiões associadas à nossa capacidade de compreender as emoções de outra pessoa, a intenção e imitação, em outras palavras, as bases neurobiológicas da empatia.
A mensagem estética (aisthesis) contida nas narrativas e nos poemas ativam as áreas do cérebro relacionadas às emoções. Por outro lado, a reflexão sobre o conteúdo da leitura e a semântica do que foi lido ativa o córtex temporal, parieral, occipital e pré-frontal (funções executivas) no estabelecimento de meta e planejamento.
Pesquisas comprovaram que a complexidade dos personagens ao longo de uma história, o leitor realiza um exercício de empatia através dos “neurônios-espelho” no córtex parietal e frontal.
De acordo com as neurociências, o ato de ter empatia corresponde a uma combinação de atos conscientes e inconscientes do cérebro e que dependem do bom funcionamento de certas regiões cerebrais.
Para compreender a concordância existente entre os pontos de vista apresentados na abordagem neurocientífica da empatia na leitura literária, faz-se necessário que se observe a relação existente entre as áreas cerebrais ativadas na leitura e nos neurônios-espelho, o circuito da empatia.
Diante do exposto, a presente obra abordou as relações entre empatia e leitura literária através dos conhecimentos advindos das neurociências ao longo da sua execução e da análise dos dados.
A obra foi estruturada em três capítulos com o escopo de subsidiar a organização do trabalho. No capítulo I sob o título “Evolução do Cérebro: Neurônios-espelho e o advento da Empatia” é relevante para compreender a história e o desenvolvimento das neurociências e suas contribuições por saber que o cérebro e seus sistemas foram transcendendo e e evoluindo com as nossas civilizações e suas culturas.
No capítulo II, “Empatia na leitura literária: Algumas Considerações” que discorre sobre as diversas formas de se relacionar com a leitura literária através da empatia.
Por fim no capítulo III, intitulado “Contribuições das Neurociências para Linguagem Empática” tem como escopo situar o leitor sobre os achados das neurociências acerca dos processos neuronais da leitura e escrita bem como o desenvolvimento da linguagem empática.
Neurociências desvendando as bases neurais da empatia: conexão do leitor nas obras literárias
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DOI: 10.22533/at.ed.852231109
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ISBN: 978-65-258-1685-2
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Palavras-chave: 1. Neurociências. I. Moura, Rosa Maria Braga Lopes de. II. Franz, Matheus Juliano. III. Título.
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Ano: 2023
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Número de páginas: 112