Publicado em  16 de agosto de 2024.

Prefaciar a obra que ora se apresenta, caro leitor, é reconhecer que o enfrentamento ao combate à sífilis e à sífilis congênita no Brasil é um desafio emergencial no campo da saúde pública. Vivemos uma limitação operacional dos fluxos de atendimento, restringindo o acesso a diagnóstico efetivo, tratamento precoce e oportuno, e o baixo monitoramento dos casos a partir das unidades de atenção primária e especializada.  
O Sistema Brasileiro de Informação em Saúde é um destaque positivo no país, possibilita a produção de análises em saúde e a tomada de decisão por gestores e profissionais de saúde. No caso específico do enfrentamento à sífilis, o Ministério da Saúde em 2023 apresentou o Boletim Epidemiológico referente à sífilis, trazendo um recorte de 11 anos (2012 a 2022) que expressa a necessidade de ampliar a intervenção no campo da promoção da saúde, visto que o referido boletim apresenta dados alarmantes para o Brasil: notificações de 1.237.027 de casos de sífilis adquirida; 537.401 gestantes com diagnósticos de sífilis, 238.387 casos sífilis congênita e o total de 2.153 óbitos por sífilis congênita. 
Na lógica do enfretamento dos agravos à saúde materno-infantil, em especial ao componente da sífilis congênita, o Grupo de Pesquisa, Maternidade: Saúde das Mulheres e das Crianças, a partir do eixo saúde reprodutiva, propôs uma atividade científica, visando ao enfrentamento de sífilis e sífilis congênita em alusão à Lei nº 13.430/17 que instituiu o 3º sábado de outubro como marco para debates e reflexões sobre o tema. 
O título designado para a atividade foi >0,5 Sífilis Congênita – 1º Webinário do Grupo de Pesquisa, que ocorreu no dia 18 de outubro de 2023, de forma on-line pelo Youtube, no horário das 19h às 21h no link  https://www.youtube.com/live/zGbN_VUQ7ck?si=s56nbAEXaQ_Yytu-  com total de 1,739 mil visualizações.
Essa atividade contou com nove estados da Federação, os quais são: Acre; Alagoas; Amapá; Amazonas; Pará; Roraima; Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro. As ações foram conduzidas com foco na promoção da saúde de mulheres, homens e profissionais de saúde no enfrentamento da sífilis congênita no período de agosto a outubro de 2024.
Os estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa – Maternidade: saúde das mulheres e crianças reconhecem a persistência da sífilis no cotidiano do cuidado às mulheres, em especial as gestantes. Reafirmam a necessidade de intervenções urgentes no campo do aprimoramento profissional em saúde com foco na atenção primária e especializada em saúde para o enfrentamento da baixa qualidade do acesso a diagnóstico e tratamento ofertados no Sistema Único de Saúde.
 A partir das reflexões instituídas e da produção de conhecimento com base nas melhores evidências científicas para o projeto >0,5 Sífilis Congênita, emergiu o presente e-book, produzindo, em forma de artigos, as atividades de promoção da saúde no enfrentamento da sífilis congênita realizadas nos noves estados da federação participantes do projeto.
Convido todos os gestores e todas as gestoras da atenção primária e especializada, profissionais de saúde, estudantes de saúde, comunidade, para que, por meio da leitura deste e-book, possam ampliar ações em saúde que qualifiquem a prática profissional com vistas à redução da sífilis congênita para >0,5 em seus territórios de saúde. 
Por fim, e não menos importante, parabenizo mestrandos e doutorandos que produziram os artigos que revelam as ações educativas nos territórios de saúde dos seus estados/municípios, pautando caminhos para a promoção da saúde, a partir de experiências exitosas no enfrentamento da sífilis.   

Valdecyr Herdy Alves
Enfermeiro Obstétrico 
Pesquisador e Professor Titular da Universidade Federal Fluminense (UFF) na área materno-infantil do Departamento Materno Infantil e Psiquiátrico da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa (EEAAC).
Professor do Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil (UFF). Professor
do Mestrado/Doutorado Acadêmico em Ciências e Cuidado em Saúde (EEAAC UFF). 
Pesquisador do Grupo de Pesquisa: Maternidade, Saúde da Mulher e da Criança e coordenador do Banco de Leite Humano da UFF.