Mediação da leitura literária sob o viés das neurociências: um diálogo profícuo frente a subjetividade humana
Publicado em 01 de novembro de 2023.
Desde o início da sociedade, houve necessidade da busca pelo
conhecimento, que era transmitido de forma oral, repassado por nossos
ancestrais. Com o avanço das comunidades, descobriu-se a escrita e,
posteriormente, o registro do conhecimento. O aperfeiçoamento do suporte na
escrita ocorreria conforme as descobertas de materiais existentes na terra, no
fogo e a oportunidade que o ar atmosférico proporciona.
Em meados do século III a. C. foi criada a Biblioteca do Museu de
Alexandria, por Ptolomeu Filadelfo, com o objetivo de organizar todo o
conhecimento até então adquirido pela humanidade.
O bibliotecário, tem sua participação na formação do leitor e no prazer
da leitura, desprendida da cobrança de leitura para aquisição de conteúdos ou
normas gramaticais. Em uma das atribuições do bibliotecário é a indicação de
um livro para um aluno, deve antes se lembrar das diferentes características
da criança e do adolescente. Indicando uma leitura que desperte o interesse
do aluno o bibliotecário poderá proporcionar-lhe uma primeira experiência
prazerosa com a leitura ou mesmo mantê-la naqueles que já a vivenciam. O leitor
em potencial precisa ter acesso ao material de leitura. Cabe ao bibliotecário
organizar a biblioteca de forma a permitir este acesso, objetivando a formação e
incentivo à leitura.
A seleção das obras literárias é fundamental para o desenvolvimento das
atividades de mediação de leitura para a interação do aluno com o texto. Dessa
forma, a articulação entre teoria e prática é um desafio ao problematizar para
diminuir a distância entre ambas. Portanto, as oficinas têm um caráter prático
com o propósito de desenvolver reflexões baseadas na tríade sentir-pensar-agir.
Atualmente, as descobertas das neurociências podem contribuir com a
mediação da leitura literária ao demonstrar que as emoções passaram a ser
reconhecidas como fundamentais para ensinar e aprender. Desse modo, visto
que as práticas são afetadas pelas concepções de aprendizagem e ensino,
conhecer o funcionamento do cérebro pode contribuir para a construção de uma
proposta que vá ao encontro das suas potencialidades.
Sendo assim, a definição do problema de investigação suscita várias
questões, as quais objetivam nortear a compreensão do objeto de pesquisa,
dentre elas: Como as neurociências podem contribuir para facilitar o papel
do mediador frente ao aluno do século XXI? Quais saberes as neurociências
agregaram ao campo educacional? Quais as concepções e procedimentos
didáticos as neurociências incitaram no campo educacional? Quais são as
contribuições do mediador para o planejamento do aluno para leitura literária?
Para responder ao problema de pesquisa, a presente obra objetivou analisar o
conhecimento dos alunos sobre a compreensão da leitura literária através das
oficinas e entrevista semiestruturada realizada pelo pesquisador como mediador
em uma escola do município do Rio Grande.
Neste contexto, torna-se fundamental as contribuições do mediador
para o planejamento de intervenções na interface das diferenças de métodos e
linguagens. Para tanto, a obra intitulada “MEDIAÇÃO DA LEITURA LITERÁRIA
SOB O VIÉS DAS NEUROCIÊNCIAS: UM DIÁLOGO PROFÍCUO FRENTE A
SUBJETIVIDADE HUMANA” foi estruturada em três capítulos com o escopo de
subsidiar a organização do trabalho. No capítulo I sob o título “Importância do
Bibliotecário no Contexto Escolar: Atribuições & Contribuições” discorreu sobre o
bibliotecário bem como a sua imensa contribuição para a formação de leitores. No
capítulo II, “Contribuições das Neurociências na Mediação da Leitura Literária”
pretende situar o leitor nos conhecimentos científicos que abarcam os estudos
sobre os benefícios da leitura literária para aprendizagem e memória. Por fim
no capítulo III “Delineamento da Pesquisa: Algumas Implicações” apresentou os
resultados da pesquisa que deu origem ao livro.
Para concluir, os resultados das oficinas desenvolvidas com os alunos
apontam relevantes reflexões sobre a concepção de leitura bem como o
entendimento de que o ato de ler vai além da mera decifração e oralização de
sinais gráficos. Nesse viés, é a partir da interação do aluno com a leitura que se
estabelece as relações de caráter reflexivo, interpretativo e dialógico. Assim, a
ação da subjetividade marca o sujeito à sua história, sua cultura, as experiências
imediatas que o singularizam.
Mediação da leitura literária sob o viés das neurociências: um diálogo profícuo frente a subjetividade humana
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DOI: 10.22533/at.ed.396232310
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ISBN: 978-65-258-1939-6
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Palavras-chave: 1. Literatura – Estudo e ensino. 2. Neurociência. I. Franz, Matheus Juliano. II. Moura, Rosa Maria Braga Lopes de. III. Título.
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Ano: 2023
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Número de páginas: 43