
Lesões da pele em cuidados paliativos: procedimentos e modelos de atuação
Publicado em 26 de junho de 2025.
Resumo O presente manual foi elaborado com base na evidência científica mais atual acoplada às boas práticas clínicas. Por questões pedagógicas este foi divido em duas partes. Na parte I é feita uma revisão da literatura relativamente a: feridas neoplásicas malignas, fístulas, alterações dermatológicas em cuidados paliativos (CP), vulnerabilidade e fragilidade cutânea, com enfase na dermatoporose e quebras cutâneas e nas alterações da pele em fim de vida. Na parte II para uma melhor assimilação dos conteúdos teóricos apresentam-se casos clínicos e respetivos planos de cuidados. No capítulo 1 apresenta-se uma breve nota introdutória do tema que será explorado nos próximos capítulos. No Capítulo 2 é feita uma revisão das feridas neoplásicas malignas, com destaque na definição, classificação, fisiopatologia, instrumentos de avaliação e respetivas medidas de atuação. No Capítulo 3 apresenta-se uma abordagem semiológica e fisiopatológica das fístulas (mais comuns em CP) e as medidas terapêuticas. No Capítulo 4 faz-se uma descrição das alterações dermatológicas mais comuns em CP e respetivas medidas de atuação. No Capítulo 5 avança-se para o conceito de fragilidade e vulnerabilidade cutânea, em particular para as quebras cutâneas e alterações da pele que surgem em fim de vida, a saber: úlcera terminal de Kennedy (UTK), síndrome 3:30 e Trombley-Brennam Terminal Tissue Injury (TB-TTI). Este manual foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a literacia dos profissionais de saúde em relação às temáticas descritas. A literatura acerca das feridas neoplásicas malignas é pouco explorada e o deficit de conhecimento dos profissionais de saúde, ainda é uma realidade que impacta na qualidade da assistência. O tratamento destas feridas é complexo, especialmente quando o objetivo do seu tratamento é o controlo sintomático, sem a perspetiva de cicatrização. Estas feridas caracterizam-se pela presença de: dor, odor fétido, exsudato, sangramento, prurido, infeções, fístulas e desfiguração corporal progressiva. Consequentemente, é primordial um plano de cuidados diferenciado e holístico, para reduzir o impacto da doença, que se traduz em sofrimento físico e psicológico. Assim, diante da complexidade que envolve a assistência à pessoa com ferida neoplásica maligna, é imprescindível que o profissional de saúde, em particular o enfermeiro, tenha competência e conhecimento (etiologia, estadiamento da lesão, estado biopsicossocial do paciente, produtos e coberturas específicas para o controlo sintomático) para avaliar e intervir, transmitindo segurança e assistência adequada ao paciente e à família. Por outro lado, os profissionais de saúde devem estar informados acerca: do risco acrescido que as pessoas em CP e em fim de vida têm de desenvolver lesões cutâneas, respetivas medidas preventivas e de tratamento. Existe uma grande falta de conhecimento e de literatura sobre os cuidados e tratamento da UTK. Apesar disso, é claro que o principal objetivo dos cuidados é priorizar o conforto e a qualidade de vida da pessoa. Divulgar o estado atual do conhecimento sobre as lesões inevitáveis que ocorrem no final da vida pode contribuir para o seu reconhecimento e gestão, priorizando o conforto como base do cuidado.
Lesões da pele em cuidados paliativos: procedimentos e modelos de atuação
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.631252506
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ISBN: 978-65-258-3563-1
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Palavras-chave: 1. Cuidados paliativos. 2. Doenças de pele e dermatologia. I. Martins, Maria de Lurdes da Costa. II. Título.
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Ano: 2025
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Número de páginas: 113