Inovação e Regulamentação Ambiental no Setor de Alimentos sob a Égide Evolucionária
O cenário econômico mundial em contínua mudança torna-se um grande desafio para as organizações. Ao considerar que as empresas necessitam de constantes reconfigurações em sua base técnica e em suas formas de produção, torna-se evidente a importância da geração de conhecimento e inovação como estratégias para a sobrevivência e o crescimento em um ambiente de extrema concorrência (DEMIREL; MAZZUCATO 2012). Esse fato tem levado à busca por novos parâmetros de desenvolvimento, baseado em novas plantas industriais, na redefinição dos padrões de produção e comercialização, bem como novas formas de gestão empresarial. Por outro lado, manifestam-se também as exigências da sociedade para com as empresas, para que adotem uma postura mais comprometida com as questões socioambientais.
A partir da década de 1980, as empresas passaram a vivenciar uma nova ordem, baseada no uso intensivo de informações e no conceito de sustentabilidade. Neste contexto, Mendes (2014), Porter e Van der Linde (1995), Jacobs (1997), Horbach et al. (2012), Demirel e Mazzucato (2012) asseveram que as preocupações ambientais promovem inovações que visam à melhoria das organizações. Essas inovações são classificadas em tecnológicas e não tecnológicas, sendo as primeiras de processos e de produtos e as segundas organizacionais e de marketing. Schumpeter (1997) indicou as inovações como motoras do desenvolvimento em contexto teórico, em que realça o papel dos empreendedores e da concorrência. Os canais dessa transformação seriam a expansão e a diversificação da produção e a maior eficiência produtiva.
O processo de desenvolvimento econômico tem sido efetivo nos modelos capitalistas, com a incorporação de crescente parcela das populações a melhores padrões de bem-estar econômico e social. A despeito disso, tal processo tem gerado externalidades negativas, de caráter ambiental, motivando a adoção de políticas públicas reguladoras (BROBERG et al.,2013) Na concepção da maioria dos autores do desenvolvimento sustentável, a eficiência econômica no campo produtivo é, por via dessas externalidades negativas, prejudiciais ao ambiente natural, justificando uma regulamentação que coíba as atividades poluidoras e imponha medidas mitigadoras. Isso significa que haveria um trade off entre eficiência econômica e sustentabilidade ambiental, ou seja, maior crescimento econômico implicaria em menor sustentabilidade.
Inovação e Regulamentação Ambiental no Setor de Alimentos sob a Égide Evolucionária
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DOI: 10.22533/at.ed.205192711
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ISBN: 978-85-7247-820-5
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Palavras-chave: 1. Desenvolvimento sustentável. 2. Direito ambiental – Brasil. 3. Responsabilidade social da empresa.
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Ano: 2019