Publicado em 07 de agosto de 2023.

O presente trabalho mostra uma breve linha do tempo sobre a origem da gíria e revela
que existem poucas perspectivas discutidas. No que tange a gíria em sala de aula, essas
perspectivas são ainda em menor número. Por esse motivo, esta pesquisa trata da possibilidade
de usar a gíria nos processos de interação em sala de aula. No processo de desenvolvimento
linguístico, nota-se que os usuários da gíria ainda são tratados com bastante discriminação
nas escolas, ou por ser considerada uma língua marginalizada ou por ser rotulada como uma
variante linguística inferior. A gíria, sendo um tipo de variação linguística poderá ocorrer no
campo sincrônico e/ou diacrônico. A história da gíria parece estar cristalizada nos poucos
estudos existentes e mostra como a linguagem é efêmera, criativa, descontraída e de fácil
absorção para o grupo. Os paradigmas dos conceitos criados por dicionaristas, gramáticos e
especialistas mostram que o título de linguagem marginalizada ainda perdura no século XXI.
Alguns docentes, presos no tradicionalismo, devem proporcionar para si e para os discentes
a opção de usar esse tipo de variação, pois ensinar onde, como, quando e com quem, bem
como os níveis e as figuras de linguagem, dará a cada um deles a alternativa de uso mais
adequado no contexto que melhor couber. Para aquelas turmas cujo professor não consegue
alcançar a atenção, a gíria pode entrar como ferramenta interacional de aproximação entre
professor-aluno, e levar ao desenvolvimento de uma postura disciplinar diferenciada trazendo
estes alunos para mais perto do estudo da linguagem e ainda poderá facilitar o processo
ensino/aprendizagem. São mostrados diferentes conceitos e tipos de variação e pontuadas
as principais perspectivas e, por fim, mostrado na pesquisa como os docentes lidam com
esse traço marcante da língua, bem como identificados os materiais didáticos utilizados para
ministrar seus conteúdos. A proposta que foi ofertada neste trabalho visa à consciência,
atitude e diminuição do preconceito linguístico. Almeja também por em prática aquilo que
os Parâmetros Curriculares Nacionais elencam: o respeito às diferenças e diversidades
linguísticas.