Em 1983, quando era aluno do 3o Ano do curso de Química da Universidad de la República (UdelaR), Montevideo, Uruguai, fui contratado pela Dirección Nacional de Minería e Geología, cuja sigla é DINAMIGE, como assistente do Inventario Minero, um programa de prospecção geoquímica regional, com foco nas formações geológicas pré-cambrianas do Uruguai. Eram coletadas amostras de sedimentos de corrente, ou de forma alternativa solos, preferencialmente nos departamentos de Lavalleja, Maldonado, Rivera e Treinta y Tres, onde existem ocorrências de Au ou Cu-Pb-Zn e minas conhecidas. Assim, iniciava carreira em prospecção geoquímica, que teve passagem pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil, 1989–1998, pelo Serviço Geológico da Finlândia, Espoo e pela Universidade Acadêmica de Åbo, Turku, Finlândia, 1995-1996 e também pelo Instituto de Geociências da Universidade de Campinas, Campinas, SP, Brasil, 1997-1998 (colaboração D.Sc.) e 2003-2005 (pós-doutorado). 
Uma vez coletadas as amostras, eram encaminhadas ao Laboratório de Análise Multielemento, para determinação dos teores de 22 elementos por meio de emissão atômica com espectrômetro de plasma de corrente direta. Adicionando dados de campo, como localização, litologia predominante, radiometria Gamma e pH, era produzido um arquivo informático armazenado em computador de grande porte. Assim, os resultados se processavam inicialmente por métodos estatísticos uni-variados, como cálculo de estatísticas básicas, histogramas e mapas de círculos. Posteriormente, se consideravam os métodos estatísticos multivariados, rotineiramente, análise de regressão e fatorial e mapas multielemento.
A possibilidade de escrever o presente livro surgiu em 2020, quando um geólogo Uruguaio, trabalhando na DINAMIGE, entrou em contato solicitando dados pretéritos. Na época tinha cerca de 7 mil registros relacionados aos trabalhos acadêmicos de folhas geográficas nos departamentos de Maldonado e Treinta y Tres (Filippini Alba, 2022).  Depois de várias mensagens, e de repassar alguns dados já digitalizados do projeto, recebi um arquivo com o total de amostras de prospecção regional, ou estratégica como a denominavam os franceses, 31874 registros em planilha eletrônica. Cada registro continha as coordenadas de posição, radiometria e pH determinados  em campo, os teores de 22 elementos químicos via espectrometria de plasma de corrente direta (Fe, Mn, P, Ag, As, B, Ba, Be, Cd, Co, Cr, Cu, Mo, Nb, Ni, Pb, Sb, Sn, V, W, Y e Zn) e informações ambientais relacionada à coleta e análise química.
Depois de um capítulo introdutório descrevendo os recursos minerais e os principais estudos geoquímicos do território Uruguaio (capítulo 1), foram elaborados quatro capítulos consecutivos considerando a precisão dos dados (capítulo 2), a prospecção geoquímica regional de sedimentos de corrente (capítulo 3), os estudos litogeoquímicos nos terrenos pre-cambrianos (capítulo 4), algumas prospecções de geoquímica de solos (capítulo 5), integração dos dados via SIG (capítulo 6) e o capítulo de considerações finais (capítulo 7). O capítulo 3 contou com praticamente todos os dados geoquímicos de prospecção regional levantados pelo Inventario Minero. Já no caso das rochas (capítulo 4) e dos solos (capítulo 5), isso não foi possível, assim, incluindo somente uma pequena parte dos dados originais.