Ex-votos da sala de milagres do santuário de Bom Jesus da Lapa: sociedade, religião e arte
Publicado em 15 de dezembro de 2022.
No início da década de 1990 surgiu a ideia de se criar um curso de Pós-Graduação, na Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia (EBA-UFBA). Na época era possível iniciar os cursos, sem a aprovação prévia da CAPES – a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior. Já se tinha doutores e mestres, graças à implementação, por parte dessa Fundação, na década de 1970, que colocou em funcionamento o PICD – Programa Institucional de Capacitação Docente, com bolsas de estudos. Podia-se então cursar o Mestrado em outra Universidade, mesmo fora do Estado da Bahia. Consultados os Departamentos da EBA, então, Departamento I – de História da Arte e Pintura, e II – Departamento de Escultura e Gravura, a ideia foi aprovada pelos professores capacitados e pelo então diretor, professor Juarez Paraíso.
Reuni o grupo que, costumeiramente, colaborava nos projetos voltados para o crescimento da entidade, como Maria Vidal de Negreiros Camargo, Sofia Olszewski Filha, Ceres Pisane Coelho. Demos o início à estruturação do Curso de Mestrado, com duas áreas de concentração: História da Arte e Artes Plásticas.
Enquanto a equipe desenvolvia as ações burocráticas, para compor o Projeto do Curso de Mestrado, para ser entregue à CAPES, decidiu-se, com o apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e da Diretoria da EBA, abrir as inscrições para a primeira turma do Mestrado, para o ano de 1992. Em princípio acordou-se que os professores da casa teriam prioridade, mas seriam aceitos candidatos, que tivessem cursado disciplinas de outros cursos, na Escola de Belas Artes, como História e Museologia.
O Projeto de Criação do Mestrado em História da Arte e Artes Visuais foi enviado, ainda incompleto, para o parecer da CAPES, enquanto fazíamos a seleção. A banca de seleção foi formada pelos professores capacitados dos dois departamentos, cinco docentes, que deviam escolher dez candidatos para cada área de concentração.
Dos candidatos aprovados me coube a orientação das professoras da casa, Célia Barreto Gomes, Vania Bezerra de Carvalho, Malie King Matsuda – que constam da foto exibida na Apresentação deste artigo -, e fui escolhida por José Claudio Alves de Oliveira. Iniciada a implantação do Curso de Mestrado, a coordenação do mesmo curso foi repassada a uma terceira pessoa, pela direção da EBA.
De qualquer forma, levamos o Curso a sério. Além de orientar os quatro mestrandos, ministrava as aulas de Metodologia da Pesquisa, que eu já tinha conseguido implantar no curriculum da graduação. Apenas o Curso de Museologia aceitou incluir a disciplina.
O tema, proposto por José Claudio, para a sua dissertação foi “Ex-votos da Sala de Milagres do Santuário de Bom Jesus da Lapa: sociedade, religião e arte”. Passados vinte e oito anos, ele retoma o tema – depois de ter visitado o Santuário da Lapa em 2018 -, reafirmando algumas ideias, registradas em sua dissertação e atualizando as novas constatações ou mudanças, provocadas pelo tempo.
Esse é mais um artigo sobre ex-votos, que durante todos esses anos ocupam as pesquisas, publicações e os cursos ministrados pelo seu autor. Sempre afirmo que tenho grande orgulho dele, pelo acadêmico e pesquisador que é. Graduado em História, em Museologia e Jornalismo, está, atualmente, fazendo seu segundo doutorado, apesar de tê-lo feito na área de sua preferência ligada aos museus.
Já foi chefe de departamento, além de docente na graduação, é do corpo de docentes permanentes na pós-graduação em Museologia, que coordena atualmente. Além disso, fez dois Pós-doutorados, um em Portugal e o outro em São Paulo, tem dezenas de artigos, vários livros publicados.
Não restringiu seus estudos aos ex-votos baianos, mas se juntou a autoras ou autores do Brasil, do México, da América Central, por ter bolsa de produção do CNPq, sempre garimpando ex-votos. É professor permanente também na pós-graduação do Programa em Ciência da Informação e Coordena o Núcleo de Pesquisa de ex-votos, do Curso de Museologia, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA.
Maria Helena Ochi Flexor
Professora Emérita da UFBA
Brasília, ano 2 da pandemia do Coronavírus 2021
Ex-votos da sala de milagres do santuário de Bom Jesus da Lapa: sociedade, religião e arte
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DOI: 10.22533/at.ed.034220512
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ISBN: 978-65-258-0703-4
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Palavras-chave: 1. Santuários. 2. Santuário de Bom Jesus da Lapa (BA). I. Oliveira, José Cláudio Alves de. II. Título.
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Ano: 2022