Publicado em 07 de julho de 2021.

A internet e as redes sociais – desde sua criação e popularização não tão antiga – progressivamente vem ocupando uma grande parte das nossas vidas e sendo para algumas pessoas algo que já está posto, e se nasce com, e para outras o encontro de “novos mundos” e de existência já não mais tão solitária, logo esse canal tornou-se tão naturalizado que por vezes não o problematizamos e/ou questionamos suas intenções.

Nesse sentido, se insere o presente livro. A partir da pergunta “Como podemos pensar na militância LGBTQI+ no Brasil atual?” o pesquisador nos convida a ponderarmos como encarar as redes sociais como uma possibilidade na construção de políticas públicas e ampliação de horizontes e, igualmente, considerarmos as contradições implícitas de um ambiente vigiado pelas corporações detentoras desses domínios.

Mais que isso, a partir da análise da divulgação do concurso de arte “Homofobia fora de moda” como campanhas podem mobilizar movimentos sociais (e vice-versa) para importantes discussões ou se é possível considerarmos essa hipótese, tendo em mente que a popularização do acesso também cria uma rede de sentidos coletivos a partir da produção e compartilhamento de conteúdos de interesse mais particularizado.

Em contrapartida, também pontua sobre o uso controverso feito com tais conteúdos que mobilizados por opositores de uma sociedade mais progressista foi capaz de mudar políticas públicas – em sentido estrito, como o famoso nomeado kit-gay, ou amplo, como elegendo representantes mancomunados com tal visão preconceituosa.

É primordial sabermos e nos responsabilizarmos pela sociedade que criamos diariamente e para isso é fundamental que se invista nas Ciências Humanas para que possamos pesquisar, investigar, questionar e publicar trabalhamos como esse e que estejamos atentos. O estudo que segue foi feito entre 2012 e 2014, escrevo de 2021 com a certeza de que as consequências de eleger pessoas abertamente contrárias aos LGBTQI+e aos direitos humanos são desastrosas para todas e todos.

Rafaela Felipe Kohler

Coordenadora do Centro de Direitos Humanos de Brusque/SC

Mestre em Antropologia Social pela UFPR