Efeitos de um Programa de Psicomotricidade Relacional no Meio Aquático sobre o Comportamento Social em Crianças com Transtorno do Espectro Autista
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma desordem do neurodesenvolvimento que compromete, entre outros aspectos, a socialização e a comunicação, e em muitos casos, promove déficit intelectual, sendo tal fato provocador de atraso no desenvolvimento pessoal. Deste modo, usamos a abordagem relacional da psicomotricidade, que é uma interessante ferramenta para melhorar os aspectos comportamentais, que exigem mais atenção no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista.
Objetivo: Analisar os efeitos de um programa de psicomotricidade relacional em meio aquático sobre o comportamento social de crianças com transtorno do espectro autista.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa mista, com preponderância qualitativa, sendo apresentado como estudo de casos descritivo-avaliativo. A amostra é formada por 6 (seis) sujeitos de 5 (cinco) a 7 (sete) anos de idade, de ambos os sexos, com transtorno do espectro autista usuários dos serviços de saúde do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil de Natal/RN. Os sujeitos participaram de um programa de 14 (quatorze) sessões de psicomotricidade relacional 2 (duas) vezes por semana, 50 (cinquenta) minutos por sessão. Foram utilizados 2 (duas) escalas relativas a situação sintomática comportamental: ATEC (Autism Treatment Evaluation Checklist) e Escala ABC (Escala de Comportamento Atípico) que aplicamos antes e depois das 14 (quatorze) sessões de psicomotricidade relacional. Todas as intervenções foram filmadas, fotografadas, analisadas e descritas, além da utilização de prontuários de acompanhamento e clínico institucional do serviço de saúde, relatórios dos professores de Educação Física participantes das sessões e as entrevistas semiestruturadas com os pais. Resultados: Ao verificar a escala ABC dos participantes pré e pós-intervenção foi encontrado diferenças significativas em irritabilidade (t(5)=3,266; p=0,022), comportamento (t(5)=2,744; p=0,041) e fala inapropriada (t(5)=2,939; p=0,032). Já na escala ATEC não houve diferença significativa em nenhum quesito das suas sub-escalas. Nas entrevistas os pais expuseram ter havido mudanças positivas na socialização dos sujeitos. Os relatórios, imagens e vídeos retrataram boa interação entre os pares, com os objetos e professores durante as sessões. Somente uma criança apresentou alteração na autonomia nas atividades da vida diária (AVD’s).
Conclusão: Um programa de psicomotricidade relacional no meio aquático parece melhorar o comportamento social, comunicação e diminuir a irritabilidade de crianças com transtorno do espectro autista. Efeitos foram positivos foram evidenciados nas AVD’s em um dos sujeitos.
Efeitos de um Programa de Psicomotricidade Relacional no Meio Aquático sobre o Comportamento Social em Crianças com Transtorno do Espectro Autista
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DOI: 10.22533/at.ed.228190908
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ISBN: 978-85-7247-522-8
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Palavras-chave: 1. Autistas – Capacidade motora. 2. Educação inclusiva. 3.Psicomotricidade I. Benjamim, Eloyse Emmanuelle Rocha Braz. II.Barros, Jônatas de França. III. Coquerel, Patrick Ramon Stafin. IV.Morais, Maryana Pryscilla Silva de. V. Costa, Henrique César dos Santos. VI. Soares, Evelyn da Silva. VII. Silva, André Ribeiro da.
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Ano: 2019