Publicado em 15 de maio de 2024.

Trabalhar em equipe é algo desafiador e extraordinário, principalmente quando os temas são diferentes, mas acima de tudo complementares, afinal a inclusão é um tema transversal. Dessa forma, quando pensamos na relação entre educação e pessoa com deficiência (PcD), se faz necessário considerar a individualidade e demanda específica de cada estudante, pois, por mais que este tenha a mesma deficiência que outro, suas demandas são singulares, e isso já não é mais nenhuma novidade. 
Assim, destacamos o plano educacional individualizado, como ferramenta fundamental no processo ensino aprendizagem. E, como parte deste processo, temos as avaliações, que também precisam ser bem pensadas e estruturadas, segundo as demandas específicas, para que o percurso acadêmico seja bem sucedido e aprazível. Promover o acesso é garantir a transição para a vida adulta e independente. A acessibilidade, nesse sentido, é capaz de migrar a pessoa de uma perspectiva assistencialista social para o viés emancipatório.
Foi diante destes assuntos distintos e imbricados que nasceu a ideia do projeto, através da elaboração de documentos norteadores acerca dos quatro “Ps”: plano educacional individualizado (PEI), plano acessibilidade na avaliação (PAA), plano de transição para a vida independente (PIT) e plano de acessibilidade básica (PAB).
O PAB é um documento norteador para acessibilidade básica, desenvolvido pelo Laboratório de Inclusão e Diversidade (LID) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que atualmente tem sua temática de estudo, pesquisa e ações voltadas para as questões relacionadas a acessibilidade.
Entendemos como acessibilidade o direito de usufruir de algo de maneira autônoma, independente e segura, com igualdade de condições de acesso para todas as pessoas, independentemente de ser ou não uma pessoa com deficiência. 
É válido citar que com a pandemia da Covid-19¹ e o avanço da utilização das Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDICs), ficou muito mais evidenciada a necessidade de acessibilidade em plataformas, serviços e afins. Empresas e instituições escolares, nesse período, precisaram buscar ações diferenciadas para a continuação de suas atividades, visto que com o distanciamento social a relação entre amigos, estudos e trabalhos se voltaram cada vez mais para a utilização das TDICs. Além da acessibilidade em espaços físicos presenciais, foi necessário atender também a acessibilidade digital. Portanto, o objetivo deste material é disponibilizar orientações sobre acessibilidade para o processo de comunicação em diferentes ambientes e situações.
Desta forma é importante salientar que as orientações aqui disponibilizadas visam o desenvolvimento de ações acessíveis no contexto socioeducacional, assim como o processo de inclusão com garantia da participação da PcD.
Por fim, este material e suas instruções foram construídos em parceria com o Laboratório de Inclusão e Diversidade (LID), que dedica seus estudos à inclusão da PcD em todo contexto socioeducacional.
Desejo uma excelente leitura!

Flávia Barbosa S. Dutra
Doutora em Educação, Gestão e Difusão em Biociências
Professora Associada da Faculdade de Educação – Uerj
Departamento de Educação Inclusiva e Continuada
Professora do Programa de Pós Graduação em Educação – ProPEd 
Coordenadora do Laboratório de Inclusão e Diversidade
Membro Pesquisador da Academia Paralímpica Brasileira

¹ A Covid-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, teve seus primeiros casos apresentados na
cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China, no final do ano de 2019. No dia 11 de março
de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia da Covid-19. Naquela
data, já havia mais de 118 mil casos da doença registrados em mais de 100 países e 4.291 mortes. Fonte:
OMS.