Publicado em 28 de agosto de 2023.

Este livro aborda a temática sobre representações sociais de indivíduos
que cometeram crime ambiental, e cumprem pena ou medida alternativa
na cidade de Boa Vista-Roraima, discutindo a importância da influência dos
aspectos jurídicos e culturais amazônicos na sua relação com a conservação e
uso sustentável da biodiversidade, bem como a sua percepção do que é crime.
Ele apresenta dados de uma pesquisa de mestrado, desenvolvida na
perspectiva de analisar a compreensão de quem cometeu crime ambiental e
a repercussão no cotidiano, sendo possível concluir que o ato de cometer um
crime ambiental tem fatores relacionados com as crenças culturais e/ou muitas
vezes demandadas por terceiros.
Atualmente, um dos grandes desafios mundiais é a preocupação com
o meio ambiente ecologicamente equilibrado e, para isso, os países passaram
a incriminar condutas lesivas ao meio ambiente. No Basil, ainda são poucos
os estudos desenvolvidos abordando a situação das representações sociais
referentes aos crimes ambientais. Com relação a essa população no contexto
de crimes ambientais ou frutos da cultura Amazônica, este estudo apresenta um
dos primeiros dados sobre relato desse tipo de estudo.
A publicação está organizada em capítulos que se complementam ao
contextualizarem os crimes ambientais ou frutos da cultura Amazônica. A presente
pesquisa foi construída a partir de duas fases metodológicas diferenciadas,
porém interligadas entre si: 1ª fase: início da execução dos procedimentos
preliminares da investigação: revisão bibliográfica; definição e primeiro contato
com o lócus da pesquisa e seus sistemas, assim como dos participantes da
pesquisa; elaboração dos instrumentais; 2ª fase: análise dos dados estatísticos e
parte qualitativa da pesquisa e finalização. Para análise, os instrumentais foram
os seguintes: análise dos dados documentais e estudos psicossociais, acesso e
comparação dos dados estatísticos dos processos judiciais e análise dos dados
dos órgãos ambientais.
A relevância deste trabalho está relacionada diretamente a reconhecer
que a importância dos conhecimentos tradicionais está não apenas evidenciada
para a manutenção das culturas e da diversidade social, mas, também, porque
esses saberes não são agressivos ao meio ambiente, na medida em que, ao
serem praticados, o são com respeito ao tempo natural de renovação dos
recursos, ou seja, de modo sustentável. Assim, preservam a biodiversidade,
conservando a potencialidade de recepcionar e atender às futuras gerações.