Publicado em 05 de dezembro de 2023.

A cisticercose suína é uma das ciclozoonoses helmínticas mais preocupantes nos sistemas de produção de suínos. O homem é o hospedeiro definitivo do cestódeo Taenia solium, e o suíno, hospedeiro intermediário da forma larvar, Cysticercus cellulosae.
Os alimentos ou água contaminados com ovos de T. solium, são fontes de transmissão da doença para suínos e seres humanos. Ao serem ingeridos, os ovos desenvolvem-se no estágio larvar de cisticerco principalmente nos tecidos conjuntivos interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragmático, cardíaco e no cérebro, constituindo uma zoonose que gera impactos consideráveis aos serviços públicos de saúde.
Hiperendêmica em partes da América Latina, Sul e Sudeste Asiático e África subsariana, para seres humanos, a neurocisticercose é a forma clínica mais preocupante da doença e também uma das principais causas evitáveis de epilepsia em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Sáude o número total de pessoas com neurocisticercose sintomática ou assintomática no mundo é estimado em 2,56 a 8,30 milhões e estima-se que 30% dos casos de epilepsia tenham ligação com a cisticercose suína em área onde a doença é endêmica. Todavia, esses números podem ser subestimados devido ao acesso limitado dos grupos de maior risco aos testes diagnósticos (OPAS, 2022).
A principal motivação para publicação desse livro, está alicerçada na popularização da ciência e considerando a complexidade da temática no contexto de saúde única, é fundamental proporcionar oportunidades que possibilitem o acesso à compreensão da doença e seu controle. O presente livro propõe apresentar o contexto da cisticercose suína na região do Alto Sertão Sergipano, localizado no estado de Sergipe, Nordeste do Brasil, trazendo os principais fatores de riscos, percepções, desafios e perspectivas para monitoramento e controle da doença.
Didaticamente, a obra está dividida em duas partes. Na primeira parte, apresentam-se referenciais teóricos fundamentados em pesquisas científicas, que caracterizam a cisticercose suína no Brasil e no mundo, enfatizando a complexidade da sua ocorrência. A segunda parte, aborda o contexto da doença na região do Alto Sertão Sergipano, através de dados obtidos de pesquisas desenvolvidas na região.