E se pensar fosse uma aventura? Se raciocinar exigisse não apenas
lápis e papel, mas coragem, curiosidade e disposição para o desconhecido?
Castelo da Razão começa exatamente aí — nesse limiar em que o
pensamento deixa de ser mero cálculo e se transforma em travessia. Ao
ler o Castelo da Razão, o leitor não encontra um tratado de lógica, mas
um território vivo, pulsante, no qual o saber se revela em forma de
enigma, metáfora e escolha.
Estamos falando de um texto instigante, o encontro entre a 􀏐icção
interativa e a educação matemática que ganha corpo em uma narrativa
que convida a mente a se mover. Cada jornada, cada porta, cada alternativa
oferecida ao leitor é também uma proposta de re􀏐lexão: o que sustenta
nossas escolhas? O que torna um argumento válido? Que vínculos
unem premissas e conclusões?
Castelo da Razão é, ao mesmo tempo, narrativa e proposta pedagógica,
jogo e jornada 􀏐ilosó􀏐ica. Ao situar-se no campo da lógica proposicional,
os autores constroem uma experiência rica em camadas — uma
􀏐icção que não foge do rigor conceitual, mas o traduz em linguagem acessível,
envolvente e profundamente inventiva. A estrutura de históriasolo
— na qual o leitor escolhe seus caminhos e, com eles, constrói a
própria narrativa — é explorada aqui com inteligência e sensibilidade.
A interatividade não é um arti􀏐ício, mas um convite constante à autoria
e à consciência.
Ao longo das páginas, observa-se o esmero da pesquisa, a precisão
no tratamento dos conceitos lógicos e, sobretudo, a originalidade de um
projeto que acredita no poder formativo das histórias. Há, também, um
reconhecimento sutil, mas potente, do papel da dúvida e da tentativa
como partes legítimas do processo de aprender. Em vez de oferecer respostas
prontas, a obra propõe desa􀏐ios que exigem escuta, paciência e
disposição para recomeçar — qualidades cada vez mais urgentes em
tempos de pressa e certezas apressadas.
Os autores, cujas formações transitam entre as áreas da Matemática,
Educação e Educação Matemática, entregam aqui um trabalho de
fôlego, que merece ser lido com atenção e curiosidade. Sua escrita é clara
sem ser simplista, e delicada sem renunciar à profundidade. Há beleza
na forma como constroem metáforas para explicar ideias abstratas, e há
􀏐irmeza no compromisso com o ensino e a aprendizagem.
Castelo da Razão não é apenas um livro para ser lido — é um livro
para ser vivido. Um convite à experiência do pensamento em movimento,
à escuta ativa da lógica como linguagem humana, e à redescoberta
da alegria de aprender. Que você, leitor, aceite esse convite com
olhos atentos e mente aberta. Que cada escolha abra novas portas —
dentro e fora do Castelo.
Boa leitura — e boa travessia.

Dra. Carolina Veiga Ferreira de Souza
Software Engineer
James Madison University – JMU
Virginia - USA