Bioprospecção de fungos amilolíticos para produção de etanol
Publicado em 29 de outubro de 2021.
O crescimento demográfico tem aumentado o consumo energético em todos os setores da sociedade, especialmente no setor de transportes. Isto tem ocasionado aumento na demanda energética mundial, especialmente no setor de combustíveis. Surge aí a necessidade de alternativas aos combustíveis fósseis, neste cenário, o etanol é o principal biocombustível utilizado. No Brasil, é obtido principalmente a partir da cana-de-açúcar, porém é necessário viabilizar a utilização de novas matérias-primas que descentralizem a produção de etanol. As matérias-primas amiláceas aparecem como grande opção para complementar a produção de etanol. O amido é um polímero de carboidratos e para produzir etanol a partir de produtos como a mandioca por exemplo é necessário antes a etapa de sacarificação da mesma, para converter os açúcares complexos em açúcares mais simples, que sejam capazes de ser fermentados pelas leveduras. Este trabalho avalia 20 isolados fúngicos para a produção de amilases e suas enzimas auxiliares, celulase e endoglucanase para a completa hidrólise do amido granular. Os isolados fúngicos foram avaliados quanto a atividade das enzimas amilolíticas e enzimas auxiliares e determinou-se o rendimento da hidrólise do amido granular. Os isolados do gênero Aspergillus apresentaram a maior atividade amilolítica, sendo o Aspergillus niger o de maior atividade (1,09 U mL-1). As atividades de celulase e endoglucanase também foram avaliadas para A. niger – 13,66 U mL-1 e 15,52 U mL-1 – e o complexo multienzimático alcançou 43% de conversão para a hidrólise do amido granular de mandioca. Além disso buscou-se otimizar as condições de hidrólise enzimática no que se refere ao pH e temperatura de enzimas produzidas pelos microrganismos A. brasiliensis, A niger e A. tubingensis e realizou-se a sacarificação/fermentação simultânea para determinar o rendimento do etanol obtido. As três espécies de isolados fúngicos, A. brasiliensis, A. niger e A. tubingensis, apresentaram valores ótimos de pH próximos uns dos outros – 5,1 a 5,7 – e também de temperatura – 61,5 ºC a 64,7 ºC. A sacarificação/fermentação simultânea dos microrganismos mostrou que o isolado A. niger apresentou a melhor produção de etanol a partir da utilização de amido granular de mandioca, com rendimento de 55,2%.
Bioprospecção de fungos amilolíticos para produção de etanol
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DOI: 10.22533/at.ed.024212610
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ISBN: 978-65-5983-602-4
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Palavras-chave: 1. Biocombustíveis. 2. Etanol. 3. Renovável. 4. Combustível. 5. Polissacarídeo. 6. Fermentação. I. Aguiar Neto Filho, Manoel. II. Castro, Carlos Frederico de Souza. III. Dyszy, Fábio Henrique. IV. Título.
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Ano: 2021