Atlas das Ecorregiões do Alto São Francisco
Publicado em 23 de fevereiro de 2024.
As ecorregiões desempenham um papel crucial na compreensão e
conservação da biodiversidade global, representando unidades geográficas
distintas com características ecológicas únicas. Sua arquitetura inclui aspectos
que transcendem a divisão hidrográfica e a morfologia do terreno, incorporando
também padrões específicos de clima, solo, vegetação e outros fatores
ambientais, criando ecossistemas diversificados em diferentes partes do mundo.
Embora os limites das ecorregiões sejam geralmente definidos com base em uma
combinação de características físicas, climáticas e biológicas, sua importância
envolve considerar aspectos fundamentais de natureza biofísica e cultural,
sobretudo quando o fenômeno em análise é fruto de uma atividade antrópica.
O mapeamento de ecorregiões é uma ferramenta fundamental para a
compreensão da diversidade biológica e a gestão eficaz dos recursos naturais.
Esse processo envolve a identificação e delimitação de áreas geográficas com
características ecológicas semelhantes. Tradicionalmente, inclui neste processo
a ponderação espacial das unidades do relevo, da cobertura do solo, do clima
em um processo hierárquico de análise em 4 níveis, cuja progressão aumenta
o detalhamento e a complexidade das análises à medida que a dimensão
geográfica das unidades é reduzida.
Para o planejamento e a gestão territorial, em especial na perspectiva
da sustentabilidade, a possibilidade de contar as ecorregiões como unidades
divisoras do território eleva substancialmente a qualidade das análises e da
confiabilidade na tomada de decisão. O emprego de ecorregiões nas análises
territoriais, sobretudo vastas extensões que apresentem alta diversidade,
históricos conflitos de interesse e mosaicos de áreas antropizadas e áreas
naturais, como é o caso da bacia do Rio São Francisco, é desafiador. A Bacia
do Rio São Francisco desempenha um papel crucial em vários aspectos sociais,
econômicos e ambientais no Brasil. A importância dessa bacia hidrográfica se
estende por várias dimensões incluindo o abastecimento de águia, suporte à
agricultura, aporte para geração de energia elétrica, dentre outros. Se por um
lado fracionar a bacia em ecorregiões eleva a complexidade do trabalho, por
outro lado enriquece o poder da informação e a qualidade da análise.
Dito isso, cabe destacar a importância e o esforço dos autores Glauco
Cézar Borges e Diego Rodrigues Macedo ao presentearem o público com
o Mapeamento de ecorregiões para a Bacia do Rio São Francisco em Minas
Gerais. A obra, que apresenta os conceitos fundamentais sobre ecorregiões e
a metodologia de seu mapeamento, e é recheada de ilustrações que permitem
ao leitor a familiarização com o tema e a compreensão do processo. Os autores
não pouparam esforços na apresentação dos resultados, representados a cada
ecorregião por mapas e gráficos quantitativos de altimetria, clima, vegetação e
unidade de relevo, além de um texto descritivo.
A presente obra não apenas contribui significativamente para a difusão
do conhecimento sobre ecorregiões, mas surge também como uma importante
referência para instigar os profissionais e estudantes direta ou indiretamente
envolvidos com o planejamento territorial e a gestão de paisagem a considerarem
o emprego das ecorregiões como uma das unidades espaciais utilizadas de suas
análises.
Rodrigo Affonso de Albuquerque Nóbrega
Professor e Coordenador (2016-2021) do Programa de Pós-Graduação
em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais da UFMG
Atlas das Ecorregiões do Alto São Francisco
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.832242202
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ISBN: 978-65-258-2183-2
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Palavras-chave: 1. Cartografia. I. Borges, Glauco Cezar. II. Macedo, Diego Rodrigues. III. Título.
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Ano: 2024
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Número de páginas: 111