Publicado em  xx de dezembro de 2021.

O Brasil é marcado pela desigualdade social e dentro das organizações esta disparidade é refletida nos organogramas. A “baixa renda brasileira” está inserida nas organizações em cargos que necessitam de baixa qualificação, com maior exigência à força física que à intelectual e com consequente reflexo nas recompensas recebidas. Este profissional que em sua maioria começou a trabalhar muito cedo, estudou em escola pública muitas vezes nem terminando o ensino médio; vai para o mercado de trabalho com poucas ou nenhuma expectativa de desenvolvimento. A gestão destes profissionais é um desafio para as organizações que não conseguem reter e potencializar seus resultados. Este estudo buscou à partir de um modelo estrutural hipotético denominado “Círculo Virtuoso Profissional”, que apresenta a relação de influência entre os construtos valores, motivação, comprometimento, recompensas e desempenho validar no contexto brasileiro de baixa qualificação. A metodologia proposta foi de abordagem quantitativa com finalidade descritiva. Para avaliar as relações entre os construtos foi utilizada a modelagem de equações estruturais (Structural Equation Modeling, SEM) utilizando o método de estimação de mínimos quadrados em dois estágios (MIIVsem-2SLS). A pesquisa foi realizada com profissionais de Belo Horizonte e região metropolitana com renda individual formal e familiar de até R$ 2.000,00, escolaridade até o ensino médio e que tenham mudado de emprego uma ou mais vezes nos últimos 12 meses; no intuito de uniformizar a amostra e devido à situação de alto nível de desemprego no país, optamos por entrevistar apenas profissionais que estão desempregados, e, à no máximo 1 ano, abrangendo 284 profissionais. Ao término do estudo constatou-se que o modelo não se aplica a este público, tendo apenas uma hipótese confirmada, a de que o comprometimento influencia positivamente o desempenho, o perfil pesquisado possui características peculiares impactando a percepção destes empregados sobre as relações do modelo, sendo necessário por parte dos gestores um olhar crítico e acompanhamento bem próximo para uma melhor gestão destes profissionais gerando desempenhos superiores, e um nível de comprometimento que evite a baixa retenção dos mesmos nas organizações.