Publicado em 10 de novembro de 2022.

Confesso que fiquei confusa, que meu coração acelerou e quis sair pela boca. A poesia queria liberdade e eu queria poesia, no entanto, isso não bastava, eu as encarava e relutava contra elas, pois tinha medo de ser real, medo de ser poeta. Em busca da liberdade me vi afogada em literatura, elas queriam respirar e eu também, parei, pensei e peguei em suas mãos e nunca mais as soltei. Me lembro que nesse dia, tudo se transformou em poesia. O mundo havia mudado ou fui eu que aprendi a me amar? A resposta é um mistério que não quero desvendar, pois agora somos um só ser. Poeta que mergulha e navega em poesia.
Quando li cada texto aqui presente, confesso que muitas vezes chorei, mas também amei, gargalhei e por alguns instantes me abracei. Mergulhei em cada poesia, e de fato esse foi o maior desafio que enfrentei. Suas palavras estavam aprisionadas e queriam liberdade! Após anos moldando chaves, as grades foram abertas e elas voaram em busca do mundo que um dia as foi negado.
Falar isso me comove, eu sei de suas lutas e da força que cada uma carrega dentro de si, sei que foi duro e que muitas vezes pensaram em desistir, mas você é poeta mulher! Nunca se esqueça do poder de suas palavras.
Como eu conseguiria explicar a força que há nas escritoras garrafaenses? Suas palavras são fortes, guerreiras que não desistem de uma batalha. Possuem uma cultura rica que estremece até a mais dura barreira. Mulheres que falam sobre amor, dores, tristezas, saudades, desejos e crenças. Todos os poemas reunidos nesta obra um dia pediram socorro. Hoje vocês são livro e juntas fizeram e fazem história.
Queridas mulheres, saibam que vocês têm poder, são fortes e eternas vitoriosas. Neste lugar não há silêncio, quero ouvir sua voz! Saibam que seus poemas vão voar cada dia mais alto, porque não há limites para vocês. Ser poeta e ser tudo que um dia disseram que você não poderia ser.
Pegue a ponta deste fio que agora lhe dou e entre comigo neste grande labirinto.
M° Vitória Ferreira