Publicado em 05 de abril de 2025.

A harmoniosa e embelecida Amazônia, na suntuosidade de suas matas e de suas águas provoca ao ser um olhar devaneante e imensurável. É no lugar amazônico onde os ritos e mitos se entrelaçam num fascinante deslumbramento de suas singulares e plurais marcas sócio-linguístico-culturais.
Ornada de flores e no esplendor impoluto dos povos da floresta, a sua colossal beleza continua sendo execrada pelas mãos beligerantes do homem. A sociedade envolvente arrebata as minorias étnico-raciais marginalizadas, provoca a derrocada de indígenas e ribeirinhos, e de forma degradante declara com o seu poder beligerante e hegemônico, o exacerbado ecocídio da mãe terra.
A generosidade suntuosa das coletividades originárias e tradicionais está perdendo de maneira embrutecida os seus ancestrais valores ontológicos de seus modos de vida. A força ignominiosa do capital ceifa o imaginário privilegiado de seus povos, o avanço tenebroso do latifúndio alavanca a desterritorialização de lares vulneráveis, e o crescimento desmedido das organizações criminosas, alimenta o ódio, e provoca sem medo o nefasto mundo da morte anunciada.
O imaculado e virtuoso lugar é nocivamente obliterado por agressões externas malevolentes que dilaceram as relações do bem viver do homem com a terra. O leitor poderá observar no decorrer dessa obra literária, a absurdez aviltante da intolerância humana, a desglobalização como substância ontológica do ser, a fronteira do humano, a flor das cinzas e uma Amazônia de luto na república brasileira.
O livro também traz a hermenêutica diatópica de mundo, a invisibilidade estereotipada da vida, a mentira ardilosa da empáfia humana, a poética mitológica do fogo, a resistência dos batelões fronteiriços, à revelia do lugar, a solidão do
ato de pensar na casa ribeirinha, a substância ontológica dos povos originários, as lágrimas do Menino-boto, as vozes silenciadas, e outras relevantes temáticas abordadas no livro: Amazônia, terra e gente.