Publicado em 27 de janeiro de 2023.

Este livro resulta de minha pesquisa sobre a vida e atuação de Eva Perón,
como mulher, desde sua infância em Junín, interior da Argentina, a morte de
seu pai enquanto ainda era criança, em meio a pobreza de sua família, foi a
Buenos Aires (1935), tornando-se atriz de radionovelas, em uma das principais
companhias argentinas, rádio Belgrano. Como uma das principais estrelas em
atuação, Evita tem contato com a alta cúpula do exército e a partir de sua relação
com o coronel Juan Perón, articularam a chegada dele ao poder, priorizando
a aproximação com operários e sindicatos. Após ser preso, Eva atuou para
a soltura de Perón e condução à presidência. Através de seus discursos,
liderança, pela Fundação que levou seu nome e carisma, trabalhou em favor dos
“descamisados”, população mais pobre, trabalhadores e mulheres. A primeira
dama argentina ficou conhecida como chefe de estado e uma das mulheres mais
importantes do século XX justamente por sua atuação política e sua memória
continua sendo evocada em seu país. Com a análise de jornais argentinos e
brasileiros, além da publicação de “A Razão da minha vida”, em 1951, pela
própria Evita, pretendo debruçar-me sobre sua figura em esta obra, procuro
questionar qual foi o seu papel no regime peronista, qual o foco e o olhar, quais
os direcionamentos que levaram a imprensa a ter esta posição, além de mostrar
como a Argentina de Perón está inserida no contexto mundial. Como o coronel
chegou ao poder e qual a importância dos trabalhadores. Os jornais e a biografia
serão analisados inteiramente observando sua estrutura, circulação, relações
e posicionamento, não somente pela notícia em si. Um referencial de apoio é a
farta bibliografia utilizada, que me forneceu subsídios para compreender como
o peronismo se organizou a importância de Maria Eva Duarte para o regime,
possibilitou ainda o entendimento do papel dos operários, sindicatos e grêmios
como base para o governo, aclarou sua origem e a relação construída com Perón
mesmo antes dele chegar à presidência e, principalmente, sua devoção à ajuda
social e ao Justicialismo, que se tornaram sua razão de viver e alimentaram seu
fervor pela causa dos humildes.

Renata A. Melki de Souza