Publicado em 14 de janeiro de 2022.

O ato de comer, além de suas implicações fisiológicas clássicas, traz em si um aspecto fundamental de humanização e de criação e perpetuação de características e símbolos culturais para qualquer população tomada como objeto de análise. Esse patrimônio cultural intangível inerente às sociedades pode também ser apropriado como um bem econômico e ser utilizado para fins de valorização de um local tido como turístico, tornando-se assim uma ferramenta de desenvolvimento social e econômico. A preservação deste patrimônio, portanto, pode e deve contribuir para o desenvolvimento de um atrativo turístico em uma perspectiva sustentável, considerando que a sustentabilidade envolve não só os aspectos ambientais, mas também culturais, históricos, econômicos, demográficos, sociais e outros, atrelados intrinsecamente à manutenção da vida atual e futura no planeta. A globalização tem promovido, por outro lado, uma homogeneização dos hábitos e gostos das pessoas, revertidas em potenciais consumidores para todo produto ou serviço com pretensões globais. Em muitos casos, as especificidades e valores regionais são relegadas ao título de manifestações ancestrais e ultrapassadas, podendo atrelar a este movimento uma perda gradual e irreversível da diversidade histórica e cultural de um local turístico. Caldas Novas (GO), tida como uma das cidades com maior atrativo turístico do país, não se furta a este cenário, com o gradual desaparecimento de seu patrimônio cultural tangível e intangível.

Neste sentido esta pesquisa busca recuperar a vertente gastronômica do patrimônio cultural intangível desta localidade turística, para que sejam lançadas as bases para transformar a preservação do patrimônio histórico e cultural desta tão rica e próspera região em um incentivador e agente transformador das atividades turísticas.