Ebook - A (des)integralidade da atenção à saúde das mulheres: Um corpo arquipélago na consulta ginecológicaAtena Editora

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1. Mulheres - Saúde e higiene. 2. Ginecologia. 3. Saúde. 4. Enfermagem. I. Frigo...

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capa do ebook A (des)integralidade da atenção à saúde das mulheres: Um corpo arquipélago na consulta ginecológica

A (des)integralidade da atenção à saúde das mulheres: Um corpo arquipélago na consulta ginecológica

Publicado em 23 de junho de 2022.

No âmbito da atenção à saúde das mulheres, demandas relativas à atenção à saúde ginecológica têm merecido destaque na definição do conjunto de ações programáticas propostas pelo Ministério da Saúde. Apesar da retórica ênfase dessas ações na integralidade em saúde, a atenção à saúde ginecológica segue sendo realizada de modo restrito e simplificado. O estudo, de abordagem qualitativo-exploratória, foi do tipo Estudo de Caso e objetivou analisar o modo como se organiza a atenção à saúde das mulheres na rede pública de atenção ginecológica do Oeste de Santa Catarina e o seu potencial para produzir integralidade em saúde. A consulta ginecológica foi escolhida como unidade de análise, utilizando-se os seguintes instrumentos de pesquisa: entrevistas semiestruturadas, observações diretas e grupos focais. O trabalho de campo teve duração de seis meses, com início em 2016, e as informações foram interpretadas por meio de análise de conteúdo. A análise evidenciou várias fragilidades no atendimento das necessidades de saúde das mulheres no contexto estudado, destacando-se a pouca articulação entre os diferentes níveis de atenção e o uso pouco regular de mecanismos de referência e contra referência. Fragmenta-se, assim, o atendimento, reduzindo-se a qualidade das ações e as possibilidades de produção de integralidade da atenção. Um problema adicional é a limitação do escopo das consultas ginecológicas, dispositivos que são centrais no atendimento às demandas ginecológicas na rede estudada. Nas consultas, o cuidado é ofertado por meio de um “combo de serviços ginecológicos”, uma espécie de “cesta básica” com foco geralmente restrito ao exame citopatológico, à prescrição de anticoncepcionais e ao encaminhamento à mamografia. Esse combo é naturalizado pelos atores que circulam nos diversos níveis de atenção, inclusive pelas usuárias, legitimando-se tais ações como limites possíveis do atendimento e criando-se um cenário onde pouco variam as necessidades de saúde ginecológica passíveis de serem satisfeitas. Nos atendimentos, cada usuária é tomada como um corpo fragmentado em partes, algumas mais importantes que outras, do ponto de vista da saúde ginecológica. Este corpo foi metaforicamente interpretado como “corpo arquipélago”, um conjunto de partes de valorização distinta, as quais não são consideradas como constituintes de um todo e para as quais se define a priori um grupo de genéricas necessidades e respectivas ações de cuidado. Ficam, desconsideradas, assim, as singularidades das usuárias, reduzindo-se as possibilidades de produção de integralidade. Concluiu-se que, embora nem sempre seja assim, no contexto estudado é comum negligenciar-se o potencial de consultas ginecológicas para trocas intersubjetivas que possibilitariam ampliar a identificação e compreensão das necessidades de saúde das mulheres que acessam essas consultas. Mudanças neste cenário poderão advir do reconhecimento de que a promoção da saúde das mulheres em serviços de atenção ginecológica não pode ficar restrita a definições epidemiológicas sobre o que elas precisam para estarem e se sentirem saudáveis. A enfermagem tem significativa influencia os modos como à saúde das mulheres é enfocada nas redes assistenciais, em especial no contexto da atenção à saúde ginecológica. Isto é indicativo da sua importância para que estas transformações se efetivem.

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A (des)integralidade da atenção à saúde das mulheres: Um corpo arquipélago na consulta ginecológica

  • DOI: 10.22533/at.ed.623222306

  • ISBN: 978-65-258-0362-3

  • Palavras-chave: 1. Mulheres - Saúde e higiene. 2. Ginecologia. 3. Saúde. 4. Enfermagem. I. Frigo, Jucimar. II. Título.

  • Ano: 2022

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