Este artigo tem como objetivo analisar de que maneira o contato com gêneros textuais multimodais, como memes, infográficos, vídeos e podcasts, contribui para o desenvolvimento de habilidades de leitura crítica e produção textual entre alunos da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Professora Osmarina Andrade, em Cametá (PA). Com abordagem qualitativa e perspectiva construtivista, a pesquisa de campo contou com entrevistas semiestruturadas e observações, tendo como base teórica os estudos de Cope e Kalantzis (2000) sobre multiletramentos, Kress (1998) e Kress e van Leeuwen (2001) sobre multimodalidade, além de autores como Deterding et al. (2011) e Castells (1999) para gamificação e redes sociais. Os resultados indicam que o professor utiliza estratégias pedagógicas inovadoras, como gamificação, redes sociais e tecnologias móveis, para ampliar o engajamento e o protagonismo dos estudantes na produção multimodal. Contudo, limitações estruturais, como a carência de recursos tecnológicos e de formação continuada docente, comprometem a plena implementação dessas práticas. O estudo evidencia ainda a tensão entre o potencial educativo das tecnologias e concepções tradicionais de ensino, ressaltando a necessidade de políticas públicas que garantam infraestrutura e suporte formativo. Conclui-se que a integração efetiva do multiletramento digital à prática pedagógica depende da articulação entre docentes, gestão escolar e políticas educacionais, visando a formação de sujeitos críticos, autônomos e aptos a interagir na sociedade digital contemporânea.