A Insuficiência hepática aguda pediátrica (IHAP) é uma manifestação rara, porém grave, que acomete crianças em diversas faixas etárias, e é caracterizada por deterioração súbita da função hepática em pacientes previamente hígidos e com elevada mortalidade. Este artigo busca abordar as principais etiologias da IHAP e destaca a relevância clínica e social do tema, mostrando que a etiologia varia conforme a faixa etária e o contexto socioeconômico. Ademais, expõe também que neonatos e lactentes jovens apresentam maior vulnerabilidade devido à imaturidade fisiológica, dificuldades diagnósticas e maior incidência de causas hipóxico-isquêmicas, metabólicas e infecciosas, resultando em piores prognósticos comparados à crianças maiores. Esta revisão integrativa foi conduzida em bases como PubMed e BVS, com critérios de inclusão de artigos publicados entre 2020 e 2025, em inglês e em crianças de 0 a 18 anos, resultando na análise de 29 estudos. Após a análise, os  principais achados mostraram que em países desenvolvidos predominam as etiologias indeterminadas, metabólicas, genéticas e tóxicas, especialmente pelo uso de paracetamol, enquanto em países de baixa e média renda prevalecem causas infecciosas, sendo o vírus da hepatite A o mais comum comparadamente aos outros. O estudo reforça que o diagnóstico precoce, baseado nos critérios do Pediatric Acute Liver Failure Study Group (PALFSG), é essencial para o tratamento desta patologia,, assim como a investigação etiológica detalhada, incluindo recursos avançados como sequenciamento genômico para casos indeterminados. Observou-se ainda que a etiologia é o principal fator determinante de prognóstico, influenciando diretamente a mortalidade e a indicação de transplante hepático. Assim, por fim foi concluído que a IHAP se apresenta como uma condição multifatorial e que transcende a dimensão biológica, podendo esta refletir também aspectos sociais, epidemiológicos e estruturais de um país. A compreensão das suas diferentes etiologias é importante para orientar estratégias preventivas, otimizar condutas clínicas e estimar reduzir a mortalidade pediátrica, demonstrando que saúde pública, fisiopatologia e práticas clínicas devem atuar de forma integrada.