A dor crônica é um fenômeno multidimensional que exige abordagens além do modelo biomédico. Este trabalho discute a escuta terapêutica como intervenção clínica fundamental para compreender a narrativa do paciente, validar sofrimento e fortalecer a aliança terapêutica, o que melhora adesão e autorregulação. Analisa-se também o papel das terapias integrativas — mindfulness, musicoterapia, técnicas de relaxamento e acupuntura — como complementos que modulam circuitos neuroendócrinos e diminuem sintomas, uso de analgésicos e prejuízos no sono. Estudos brasileiros e internacionais indicam efeitos sinérgicos quando escuta qualificada e práticas integrativas são associadas em programas comunitários e atenção primária, especialmente em populações vulneráveis. Ressalta-se a influência das crenças dos profissionais (p. ex. catastrofização) sobre o manejo da dor e a necessidade de formação continuada. Por fim, o trabalho propõe fluxos de triagem, avaliação multiprofissional e protocolos padronizados para integrar escuta terapêutica e terapias integrativas na prática clínica, enfatizando a legitimidade do relato do paciente como eixo do cuidado e a urgência de evidência local e documentação sistemática de resultados.