Resumo: Introdução: A tuberculose (TB), é uma doença de transmissão respiratória, portanto, o contato prolongado com indivíduos infectados em ambientes de pouca ventilação é um importante fator de risco. Por isso, a população privada de liberdade tem maior risco de adoecimento do que a população geral, representando um grupo importante na carga e na cadeia de transmissão da doença. O presente estudo tem por objetivo analisar a frequência de TB e os desfechos dos pacientes privados de liberdade em comparação à população geral no Brasil entre 2018 a 2022. Métodos: Trata-se de estudo ecológico retrospectivo a partir de dados coletados no DATASUS. Variáveis discretas foram sumarizadas em gráficos de frequência e comparadas via teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Variáveis contínuas foram sumarizadas em termos de médias, desvio padrões e valores inter-quartis, e comparadas utilizando o teste qui-quadrado. Estimativas pontuais, intervalos de confiança de 95% e correspondentes p-valores foram utilizados. Resultados: A frequência de TB na população privada de liberdade representa 11,3% dos casos de TB no país. A mortalidade por TB é menor na população prisional do que na população geral, bem como a coinfecção TB/HIV e a taxa de abandono. Além disso, a taxa de cura na população privada de liberdade é maior que na população geral, bem como as taxas de transferência e a taxa de abandono. Conclusão: As condições do sistema prisional brasileiro representam um fator de risco para se contrair TB, por isso observa-se maior incidência da doença. Todavia, esses indivíduos apresentam melhores desfechos que a população geral. Desta forma, investimento em medidas que reduzem a transmissão da doença como espaços maiores, mais ventilados e mais ensolarados, devem ser implementadas para que haja redução na carga da doença.